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Primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, anuncia renúncia

Após oito anos no cargo, renúncia traz incerteza sobre sucessor para seu lugar e dá um golpe na luta pela independência da Escócia. - POOL
Após oito anos no cargo, renúncia traz incerteza sobre sucessor para seu lugar e dá um golpe na luta pela independência da Escócia. Imagem: POOL

Alistair Smout e Muvija M.

15/02/2023 08h30

LONDRES (Reuters) - Nicola Sturgeon, que dominou a política escocesa durante quase uma década como primeira-ministra, anunciou sua renúncia ao cargo nesta quarta-feira após oito anos no posto, sem um sucessor óbvio para seu lugar e dando um golpe na luta pela independência da Escócia.

Sturgeon, 52 anos, disse em entrevista coletiva em Edimburgo que permanecerá no posto de líder do governo da Escócia até que um sucessor seja encontrado. Ela disse que sua decisão não tem relação com recentes questões de curto prazo.

Ela tornou-se a líder do Partido Nacional Escocês (SNP) após seu referendo de independência de 2014, quando o país votou 55% a 45% para permanecer como parte do Reino Unido.

Sturgeon conduziu seu partido a um sucesso retumbante nas eleições britânicas de 2015, conquistando 56 dos 59 assentos na Escócia e estabelecendo-o como o terceiro maior partido do Reino Unido, antes de manter o controle sobre o Parlamento escocês descentralizado nas eleições mais recentes.

Mas ela se envolveu recentemente em uma disputa com o governo britânico do primeiro-ministro Rishi Sunak, e alguns de seus próprios eleitores sobre um projeto de lei de reconhecimento de gênero e Londres bloqueou o caminho para outro referendo de independência da Escócia.

O SNP de Sturgeon sofreu um golpe em novembro quando o tribunal superior do Reino Unido decidiu que o governo escocês não poderia realizar um segundo referendo pela independência sem a aprovação do Parlamento britânico em Londres.

Sucessivos governos conservadores em Londres disseram que o referendo de 2014 foi uma decisão única em uma geração e que não poderia ser repetida tão cedo.

Sturgeon disse em resposta que iria transformar as próximas eleições gerais britânicas em um referendo de fato para aumentar a pressão sobre Londres para conceder outra votação.

"Há quase um vácuo que vem depois dela, porque não há ninguém agora que seja um sucessor claro e óbvio para assumir", disse Anthony Wells, chefe de Pesquisa Política e Social Europeia no YouGov UK, à Reuters.

Ele disse que a força de Sturgeon na liderança do partido tinha contido disputas internas sobre o caminho a seguir. "Sem alguém claramente com a mão sobre o leme, acho que será um pouco caótico."

De acordo com pesquisas, o apoio à independência aumentou acima de 50% após a derrota da Suprema Corte, mas desde então tem recuado.

O governo escocês se recusou a comentar os relatos sobre a saída de Sturgeon do cargo.