Veículos de comunicação globais assinam carta pedindo proteção a jornalistas na Faixa de Gaza
Líderes de diversos veículos de comunicação internacionais assinaram uma carta instando autoridades israelenses a protegerem os jornalistas na Faixa de Gaza, dizendo que os repórteres têm trabalhado sob condições sem precedentes durante a ofensiva israelense e enfrentado "grave risco pessoal".
Entre os veículos cujos principais editores assinaram a carta datada de quinta-feira, estão Associated Press, AFP, Reuters, The New York Times, Washington Post, BBC, CNN, The Guardian, Financial Times, Der Spiegel e Haaretz. Pelo menos 94 jornalistas já morreram na guerra na Faixa de Gaza. Grande parte deles — 89 — eram palestinos e foram mortos por militares israelenses, segundo o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ, em inglês), que publicou a carta assinada pelos líderes de 59 organizações.
O CPJ afirmou que a guerra é "mais perigosa de todos os tempos" para jornalistas. Israel nega que esteja deliberadamente tratando repórteres e civis como alvos, dizendo luta apenas contra o grupo islâmico palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza e atacou Israel em 7 de outubro.
"Esses jornalistas? continuam trabalhando apesar do grave risco pessoal. Eles seguem, apesar da perda da família, dos amigos, dos colegas, da destruição de casas e escritórios, desalojamentos constantes, brancos na comunicação e escassez de comida e combustível", diz a carta.
"Jornalistas são civis, e as autoridades israelenses devem proteger os jornalistas como não-combatentes, de acordo com a lei internacional", acrescentou.
O Hamas atacou Israel no dia 7 de outubro, matando 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Desde então, Israel promove uma ofensiva militar contra a Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, e os bombardeios no pequeno enclave já mataram mais de 30 mil palestinos — muitos deles civis —, de acordo com o Ministério da Saúde local.
Grande parte da Faixa de Gaza resume-se a ruínas após os ataques de Israel, com quase toda a sua população de 2,3 milhões de habitantes desalojada e a um passo da fome. A África do Sul acusou Israel de genocídio na Corte Internacional. Os israelenses rechaçam a acusação e afirmam que praticam legítima defesa após o ataque de 7 de outubro.
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