Motivo de ataque contra Trump segue desconhecido; Serviço Secreto defende resposta

Por Gabriella Borter e Nathan Layne e Tyler Clifford

BETHEL PARK (Reuters) - O motivo por trás do atentado de um atirador de 20 anos contra a vida de Donald Trump permanecia um mistério dois dias depois de o suspeito ter sido morto a tiros e o FBI não conseguiu identificar uma ideologia que possa tê-lo levado a atacar o ex-presidente dos Estados Unidos.

O FBI assumiu a liderança da investigação do ataque a tiros em um comício de campanha na Pensilvânia que feriu o ex-presidente, ofuscando sua revanche eleitoral de 5 de novembro contra o presidente norte-americano, Joe Biden.

O Serviço Secreto, responsável pela proteção de presidentes e ex-presidentes, ficou na defensiva na segunda-feira com as críticas sobre sua incapacidade de detectar o atirador cujos tiros feriram Trump em sua orelha direita e mataram um espectador.

"O pessoal do Serviço Secreto no local agiu rapidamente durante o incidente, com nossa equipe de contra-atiradores neutralizando o atirador e nossos agentes implementando medidas de proteção para garantir a segurança do ex-presidente Donald Trump", disse Kimberly Cheatle, diretora do Serviço Secreto, em um comunicado.

Biden ordenou uma revisão independente de como o atirador, que foi morto por agentes momentos depois de abrir fogo, poderia ter chegado tão perto de matar ou ferir gravemente Trump, apesar da forte segurança fornecida pelo Serviço Secreto no evento de sábado em Butler, Pensilvânia.

Os primeiros detalhes sobre a investigação do atirador, Thomas Matthew Crooks, um auxiliar de enfermagem, eram vagos.

Ele era um jovem que trabalhava em um emprego de nível básico perto de sua cidade natal, Bethel Park, na Pensilvânia. Ele se formou no ensino médio em 2022 com a reputação de ser um colega brilhante, mas tranquilo. Seu orientador o descreveu como "respeitoso" e disse que nunca soube que Crooks fosse envolvido com política.

O FBI disse no domingo que seu perfil nas mídias sociais não continha nenhuma linguagem ameaçadora, nem havia encontrado histórico de problemas de saúde mental. Eles disseram que Crooks agiu sozinho e ainda não identificaram um motivo.

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Crooks se destaca entre outros atiradores recentes e de alto perfil que abriram fogo em escolas, igrejas, shoppings e desfiles porque ficou a centímetros de matar um candidato à Presidência dos EUA, algo que não ocorria há décadas.

Trump, que viajou para Milwaukee no domingo para fazer os preparativos finais para aceitar a indicação formal de seu partido na Convenção Nacional Republicana nesta semana, parecia ao mesmo tempo reflexivo e desafiador no final do domingo.

Trump ergueu o punho no ar várias vezes e pareceu pronunciar as palavras "Lula! Luta!" ao descer as escadas de seu avião.

Em uma entrevista durante a viagem, ele disse que a percepção de que esteve tão perto de ser morto foi preocupante.

"Essa realidade está se instalando", disse Trump, segundo o Washington Examiner. "Eu raramente desvio o olhar da multidão. Se eu não tivesse feito isso naquele momento, bem, não estaríamos conversando hoje, não é mesmo?"

"Quero tentar unir nosso país", disse Trump durante o voo, segundo o New York Post. "Mas não sei se isso é possível. As pessoas estão muito divididas."

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ATIRADOR ERA REPUBLICANO REGISTRADO

No sábado à tarde, Crooks conseguiu entrar em um telhado a 140 metros do palco onde Trump estava discursando em Butler, Pensilvânia. Ele então começou a disparar um rifle semiautomático estilo AR-15, comprado por seu pai, segundo as autoridades.

O tiroteio matou um homem de 50 anos, feriu gravemente dois outros espectadores e atingiu a orelha de Trump.

As autoridades disseram que "um dispositivo suspeito" foi encontrado no veículo do suspeito, que foi inspecionado por técnicos em bombas e considerado seguro.

Morador de Bethel Park, a cerca de uma hora de distância do local onde ocorreu o tiroteio, Crooks era um republicano registrado que teria direito a seu primeiro voto presidencial na eleição de 5 de novembro.

Os registros públicos mostram que seu pai é um republicano registrado e sua mãe uma democrata registrada, e que, aos 17 anos, Crooks fez uma doação de 15 dólares para uma causa do Partido Democrata.

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