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UE caminha para 'guerra fria econômica' com a China, diz premiê da Hungria

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, alertou nesta sexta-feira que a União Europeia está caminhando para uma "guerra fria econômica" com a China, enquanto líderes do bloco se preparavam para uma votação crucial sobre a imposição de tarifas sobre as importações de carros elétricos (VEs) fabricados na China.

Os Estados-membros da UE votarão nesta sexta-feira sobre a imposição de tarifas de até 45% sobre as importações de carros elétricos fabricados na China nos próximos cinco anos, no caso comercial de maior visibilidade do bloco, que corre o risco de sofrer retaliação de Pequim.

Sob o comando de Orbán, a Hungria se tornou um importante parceiro comercial e de investimentos da China, em contraste com outras nações da UE que estão considerando se tornar menos dependentes da segunda maior economia do mundo.

"O que eles estão nos obrigando a fazer agora, ou o que a UE quer fazer, é uma guerra fria econômica", disse Orbán à rádio estatal em uma entrevista, referindo-se às tarifas propostas para a China.

Mais cedo nesta sexta-feira, dados mostraram que a produção industrial da Hungria caiu 9,5% em agosto, pior do que o esperado, o que Budapeste disse ser devido à fraqueza da economia alemã, destino de cerca de um quarto das exportações da Hungria.

Orbán, que liderou uma iniciativa na Europa Central para trazer fábricas chinesas de veículos elétricos e baterias para a Hungria, disse que seu país sem litoral não queria ser espremido em nenhum dos blocos e queria continuar negociando com ambos os lados.

Ele disse que os produtos fabricados na UE seriam cada vez mais difíceis de vender se a economia mundial fosse dividida em dois blocos, acrescentando que não estava claro se a estratégia de "neutralidade econômica" da Hungria resistiria ao teste do tempo.

Investimentos chineses

Um dos maiores investidores chineses na Hungria, a CATL, está construindo uma fábrica de baterias de 7,3 bilhões de euros na cidade de Debrecen, no leste do país, e a BYD, fabricante chinesa de veículos elétricos, anunciou no ano passado que estava construindo sua primeira fábrica europeia em Szeged, no sul do país.

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No mês passado, Orbán disse que as empresas chinesas haviam prometido investimentos no valor de 9 bilhões de euros na Hungria até o momento, colocando-as no mesmo nível das empresas dos Estados Unidos, que criticaram a estratégia de Orbán de estreitar laços com a China.

"Fazer negócios com a China vem acompanhado de condições, e os juros geralmente são pagos em termos de soberania", disse o embaixador dos EUA na Hungria, David Pressman, em junho. "Todos nós sabemos que a Hungria não pode — por muito tempo — ter as duas coisas."

Com bilhões de euros de financiamento da UE suspensos devido às preocupações de Bruxelas com o Estado de Direito na Hungria, Budapeste tomou emprestado 1 bilhão de euros de bancos chineses em abril para financiar projetos de infraestrutura e energia em um acordo cujos termos não foram divulgados.

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