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Por aumento de casos no Brasil, Uruguai vai reforçar controle na fronteira

24.mar.2020 - Exército brasileiro controla movimento na Ponte Internacional da Concórdia, que marca a fronteira com o Uruguai - Daniel Badra/Getty Images
24.mar.2020 - Exército brasileiro controla movimento na Ponte Internacional da Concórdia, que marca a fronteira com o Uruguai Imagem: Daniel Badra/Getty Images

05/05/2020 16h38Atualizada em 05/05/2020 17h32

O Uruguai vê com "preocupação" a existência de casos de coronavírus do lado brasileiro de várias cidades fronteiriças e, por isso, decidiu aumentar o controle sanitário na fronteira comum. A decisão foi informada nesta terça-feira (05) pelo secretário da Presidência, Álvaro Delgado.

"O governo do Uruguai está preocupado com a situação em algumas cidades fronteiriças, principalmente do lado brasileiro", afirmou Delgado em coletiva de imprensa.

Segundo ele, o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, instruiu todos os ministros a aprofundar a presença nas fronteiras. O país vai baixar um protocolo e orientações claras serão dadas à população da área de fronteira. "As particularidades das cidades binacionais" serão levadas em conta, declarou Delgado.

Desde o início da epidemia, o Uruguai proibiu a entrada de estrangeiros no país, mas os residentes dessas localidades próximas ao Brasil, que muitas vezes moraram de um lado e trabalhar no outro, podem até agora circular normalmente.

Maior coordenação com o Brasil

O secretário da Presidência uruguaia informou que nesta quarta-feira (6) o ministro da Saúde Pública realizará uma ronda pelas cidades perto da fronteira comum para "ajustar os protocolos" e trabalhar "com maior coordenação coma as autoridades brasileiras".

O Uruguai registrava até segunda-feira (4) 17 mortos e 657 casos positivos do novo coronavírus. Até agora, nenhum infectado foi detectado em departamentos fronteiriços como Artigas, Rivera ou Cerro Largo.

Embora o Brasil seja de longe o país mais afetado da América Latina pela pandemia, com 107.780 casos e 7.321 mortes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é contrário à quarentena para evitar a propagação do vírus e incentiva a reabertura de comércios e indústrias, priorizando a necessidade de relançar a economia.

Quando questionado sobre isso, Delgado respondeu: "Não cabe a mim ou ao governo (uruguaio) comentar as posições do presidente brasileiro".

*Com AFP