Alemanha dá ultimato à Rússia em caso de envenenamento do opositor Alexei Navalny
A Alemanha, que atualmente preside a União Europeia, aumentou a pressão neste domingo (6) sobre Moscou, ameaçando com sanções se não houver uma resposta nos próximos dias sobre o caso do envenenamento do opositor ao Kremlin, Alexei Navalny.
A vítima continua hospitalizada em Berlim, onde exames apontaram que Navalny foi envenenado na Rússia, durante a campanha eleitoral, por um agente nervoso do tipo Novichok, projetado nos tempos soviéticos para fins militares.
Berlim e outros países ocidentais exigem explicações. "Definir ultimatos não ajuda ninguém, mas se o lado russo não ajudar a esclarecer o que aconteceu, teremos de discutir uma resposta com nossos parceiros", disse o ministro de Relações Internacionais alemão, Heiko Maas.
"A substância letal com que Navalny foi envenenado estava, no passado, em poder das autoridades russas. Apenas um pequeno número de pessoas tem acesso a Novichok e esse veneno já foi usado pelos serviços russos para o ataque do ex-agente (russo) Sergei Skripal, na Grã-Bretanha", acrescentou Maas.
Moscou reage
A acusação de envenenamento foi recebida com ceticismo na Rússia. O ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, pediu que Berlim apresentasse evidências, mesmo depois de o governo de Angela Merkel ter afirmado que Navalny foi "inequivocamente" envenenado durante a campanha eleitoral, antes de sua transferência para a Alemanha.
Em um comunicado do Ministério das Relações Exteriores russo divulgado neste domingo, Moscou acusa a Alemanha de bloquear a investigação sobre a suspeita de envenenamento do oponente. "Berlim está atrasando o processo de investigação", escreveu a porta-voz Maria Zakharova no Facebook. "Até agora, não temos certeza de que a Alemanha não esteja jogando um jogo duplo", completou, acrescentando que Berlim demorou a responder aos pedidos da Justiça russa.
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