Lockdown de um mês não controlará covid-19, alerta Conselho Científico francês
O presidente do Conselho Científico da França, Jean-François Delfraissy, disse hoje que um mês de lockdown será "insuficiente" para controlar a epidemia da Covid-19 no país nos próximos meses. As festas de fim de ano também devem ser afetadas. A medida, anunciada pelo presidente francês, Emmanuel Macron ontem, entra em vigor amanhã.
O objetivo do governo é diminuir o número de contaminações diárias de 40 mil para 5 mil. Para isso, o presidente do Conselho Científico, que guia o governo em suas decisões sanitárias, acredita que um novo toque de recolher, até janeiro, será necessário após o fim do lockdown, previsto para terminar em 1º de dezembro.
Questionado sobre como os franceses poderão celebrar o Natal, Delfraissy declarou que "as festas de fim de ano serão diferentes, em pequenos grupos. "Nós teremos de 15 dias a três semanas extremamente difíceis nos hospitais, em diferentes regiões da França", afirmou.
Para o representante do Conselho Científico, a decisão anunciada por Macron é adequada diante da grave na França. Nas últimas 24 horas, o país registrou 36,4 mil novos casos de contaminação pelo coronavírus e 244 pessoas morreram vítimas da covid-19, de acordo com os dados publicados pelo Ministério de Saúde francês ontem.
O ministro da Saúde francês, Olivier Véran, disse hoje que a França ainda pode enfrentar uma "terceira onda" da doença, apesar do lockdown. Ele também declarou que o contexto sanitário afetará as festas de final de ano. "Não podemos excluir o fato de que o vírus continua a circular. Os Estados Unidos estão vivendo uma terceiro onda", disse à rádio France Info. Ele acredita que um milhão de pessoas sejam portadoras do vírus na França atualmente.
Uma onda mais difícil e mais mortal
Durante o pronunciamento de cerca de 20 minutos feito na TV na noite de ontem Macron afirmou que a nova crise de coronavírus pegou a Europa de surpresa por sua rapidez e deve ser mais grave que a vivida em março.
"O vírus circula na França a uma velocidade que nem sequer os prognósticos mais pessimistas tinham previsto", disse o presidente francês Emmanuel Macron, em um pronunciamento transmitido pela televisão. A segunda onda "sem dúvida será mais difícil e mortal do que a primeira", que deixou 30 mil mortos, acrescentou o presidente.
O chefe de Estado francês anunciou o início do lockdown nacional a partir da madrugada desta sexta. Bares, restaurantes e estabelecimentos comerciais não essenciais vão fechar. Mas diferentemente do confinamento de dois meses, imposto entre março e maio, as escolas vão permanecer abertas.
Os detalhes exatos sobre esse segundo confinamento serão dados no final da tarde de hoje pelo primeiro-ministro, Jean Castex. Algumas medidas já foram antecipadas: a máscara será obrigatória a partir dos seis anos nas escolas e o home-office "generalizado" será instaurado nas empresas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.