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Franceses protestam contra aumento dos preços dos combustíveis

Protesto na França contra o aumento no preço dos combustíveis - Reprodução/Twitter
Protesto na França contra o aumento no preço dos combustíveis Imagem: Reprodução/Twitter

15/03/2022 12h09

Impulsionado pela guerra na Ucrânia, o aumento dos preços dos combustíveis tem gerado muita insatisfação na França. Nesta terça-feira (15), caminhoneiros, agricultores e pescadores bloquearam dois depósitos de petróleo na região da Bretanha, a noroeste de Paris.

Dezenas de caminhões e tratores fechavam a passagem diante dos depósitos de combustíveis em Brest e Lorient. Cerca de 100 pessoas que trabalham com transporte de cargas e que utilizam combustíveis para seus barcos ou maquinário agrícola receberam reforço de funcionários dos setores de obras públicas e construção civil. Elas protestam contra o aumento dos preços de todos os combustíveis, em particular do óleo diesel, que vêm subindo continuamente há mais de dois meses no país.

Um litro de diesel, que custava 1,8 euros, na primeira semana de março, já passa dos 2 euros em muitos postos. Em quase toda a França, os motoristas viram os preços da gasolina e do óleo diesel ultrapassarem a marca simbólica de 2 euros por litro.

Os manifestantes carregavam cartazes onde se podia ler "diesel muito caro, barco em terra" ou "diesel muito caro, nós sentimos nas costas"

Em Brest, cerca de 200 pessoas, incluindo uma centena de pescadores, participaram da manifestação. Quarenta máquinas (entre caminhões e tratores) foram estacionadas ao redor do reservatório. Os manifestantes pedem que o governo congele impostos. Eles também denunciam as suas condições de trabalho.

Em Lorient, o clima era o mesmo. "Vamos ficar até que o governo tome a decisão certa e congele os impostos. Todos estão trabalhando com prejuízo. Se tivermos que ficar dez dias, ficaremos", disse Norbert Guillou, presidente da filial da região Morbihan da Câmara Nacional de trabalhadores de obras públicas e paisagismo (CNATP).

Um transportador rodoviário, também baseado na região, teme ter de fechar o negócio. "Quando você tem de colocar 800 euros a mais de diesel por semana, inevitavelmente, dói", disse. "Acho que em três meses, se medidas não forem tomadas rapidamente, acabou para mim, que tenho cinco veículos, mas também para os outros que têm ainda mais", completa.

Governo responde com redução de taxas

Para responder a este aumento, o governo francês decidiu estabelecer um "desconto na bomba de 15 centavos por litro". Assim, "por cada tanque cheio de 60 litros, o motorista poupará 9 euros", citou, como exemplo, o primeiro-ministro, Jean Castex, em entrevista no sábado (12).

De acordo com Castex, a medida será implementada por um período de quatro meses e vai custar ao Estado cerca de 2 bilhões de euros. O objetivo é ajudar todos os franceses, em particular aqueles que mais usam o seu veículo.