Potências nucleares aumentam gastos com arsenais atômicos em quase 9% em 2021
Os gastos das potências nucleares para modernizar seus arsenais atômicos aumentaram quase 9% em 2021, para US$ 82,4 bilhões (cerca de R$ 421 bilhões), de acordo com um relatório da Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares (ICAN, Na sigla em inglês) publicado nesta terça-feira (14).
Somente os Estados Unidos gastaram US$ 44,2 bilhões em seu programa nuclear no ano passado, 12,7% a mais que no ano anterior, e a China gastou US$ 11,7 bilhões (+10,4%), segundo o relatório.
Os orçamentos dedicados pela Rússia (US$ 8,6 bilhões), França (US$ 5,9 bilhões) e Reino Unido (US$ 6,8 bilhões) às armas nucleares aumentaram ligeiramente, acrescenta o ICAN, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2017 por ter trabalhado arduamente pelo Tratado de Proibição de Armas Nucleares, que foi ratificado por 59 países, mas nenhuma das potências nucleares.
O Paquistão gastou US$ 1,1 bilhão de dólares em seu armamento nuclear, contra US$ 1 bilhão no ano anterior, enquanto a Índia reduziu seus gastos nesse setor para US$ 2,3 bilhões (contra US$ 2,5 em 2020), segundo o relatório.
Israel, que nunca reconheceu oficialmente ter a bomba nuclear, alocou US$ 1,2 bilhão para seu programa nuclear, como no ano anterior. Já a Coreia do Norte destinou em 2021 US$ 642 milhões para o setor atômico, em comparação com US$ 700 milhões em 2020.
Empresas privadas
O dinheiro dos contribuintes permitiu que novos contratos fossem concedidos a empresas privadas (US$ 30,2 bilhões no total) para modernizar os arsenais nucleares das grandes potências, e essas empresas privadas, por sua vez, compraram os serviços de centros de reflexão e grupos de pressão para defender a utilidade das armas nucleares , acrescenta a ONG, que denuncia um círculo vicioso pró-nuclear.
"Este relatório mostra que as armas nucleares são inúteis", comentou Alicia Sanders-Zakre, coordenadora de pesquisa do ICAN. "Países com armas nucleares gastaram US$ 6,5 bilhões a mais em 2021 e não foram capazes de impedir uma potência nuclear de iniciar uma guerra na Europa", disse ela, em referência à invasão da Ucrânia pela Rússia.
"É por isso que precisamos mais do que nunca do desarmamento nuclear multilateral", acrescentou.
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