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Rússia corta envio de gás à UE e barganha fornecimento antes do inverno europeu

29.11.19 - Logo da Gazprom em coluna em unidade de processamento de gás na região de Amur, Rússia - MAXIM SHEMETOV/REUTERS
29.11.19 - Logo da Gazprom em coluna em unidade de processamento de gás na região de Amur, Rússia Imagem: MAXIM SHEMETOV/REUTERS

31/08/2022 10h37

As entregas de gás russo por meio do gasoduto Nord Stream foram suspensas nesta quarta-feira (31) por três dias. Segundo Moscou, o gasoduto que liga os campos siberianos diretamente ao norte da Alemanha está oficialmente em manutenção. Entretanto, esta nova parada no fornecimento aumenta ainda mais a desconfiança entre os russos e o Ocidente.

Analistas falam de uma nova rodada no combate de braço de ferro de energia. Desde a manhã desta quarta-feira (31), a Rússia interrompeu mais uma vez o fornecimento de gás natural para a Europa, normalmente realizado por meio do gasoduto Nord Stream 1.

A tubulação foi oficialmente fechada até sábado para "trabalhos de manutenção". A Gazprom assegura que esta operação deve ser realizada "a cada 1.000 horas".

Mas o argumento não convenceu Berlim. O chefe da agência energética alemã considera esta operação "tecnicamente incompreensível". "A Rússia toma uma decisão política após cada interrupção de manutenção como esta", completou. Em 14 de julho, por ocasião da festa nacional francesa, o presidente Emmanuel Macron chegou a usar a expressão "arma de guerra", ao classificar a barganha energética dos russos com o continente europeu.

Incerteza

A incerteza é ainda maior em Lubmin, o porto do Mar Báltico onde termina o gasoduto, porque desta vez, ao contrário do que aconteceu em julho, a operação não foi planejada com antecedência.

Entretanto, Dmitry Peskov, porta-voz do governo russo, afirma que as sanções contra Moscou "não permitem a realização de trabalhos normais de manutenção e reparos", e em julho, após a realização da manutenção, a válvula só foi reaberta com um fluxo limitado: 20% da capacidade normal do Nord Stream.

No entanto, as autoridades alemãs estão um pouco mais tranquilas com relação ao fornecimento de energia neste inverno. A meta de armazenamento estabelecida por Berlim para outubro deve ser atingida até o início de setembro.

Do lado francês

Com relação ao gás, a França tem sofrido uma drenagem gradual dos fluxos da Rússia e a gigante russa Gazprom deve cessar as entregas ao grupo francês Engie a partir de quinta-feira.

As autoridades e os industriais acreditam que a França, que diversificou seus suprimentos e está em vias de preencher suas instalações de armazenamento, terá gás suficiente para passar por um inverno normal em termos de aquecimento. No entanto, pode haver uma escassez no caso de um frio mais forte.

Quanto à eletricidade, o país está sem um bom número de reatores nucleares, tendo hoje doze (de 56) desligados por problemas de corrosão, e a EDF, a agência de eletricidade francesa, terá que reiniciar o suficiente para o período do frio. Além disso, os estoques hidráulicos são baixos na França, que terá que contar com as importações de seus vizinhos, mas aqui novamente as incertezas permanecem.

(Com AFP)