Para Pentágono, documentos vazados representam 'risco muito grave' à segurança dos EUA
O aparente vazamento de documentos americanos ultrassensíveis é um risco "muito grave" para a segurança nacional dos Estados Unidos, declarou o Pentágono nesta segunda-feira (10).
Sem tecer comentários mais detalhados sobre a autenticidade dos documentos, Chris Meagher, assistente do secretário de Defesa para assuntos públicos, disse que alguns despachos são semelhantes aos usados pelo Pentágono para fornecer atualizações diárias aos funcionários de alto escalão do governo.
Os documentos, que circulam na Internet, representam "um risco muito grave para a segurança nacional e têm o potencial de difundir desinformação", disse à imprensa Chris Meagher, assistente do secretário de Defesa para assuntos públicos. Meagher afirmou que o Pentágono "continua a investigar de que maneira o vazamento ocorreu, como as informações sensíveis foram distribuídas e para quem".
Um fluxo constante de fotografias de documentos confidenciais foi descoberto no Twitter, Telegram, Discord e outras mídias sociais, assim como sites de chat, há alguns dias. O Pentágono desconhece quando o vazamento começou e pode ser que vários documentos tenham circulado durante semanas na Internet antes de atrair a atenção da mídia.
O porta-voz do Pentágono não fez comentários sobre a autenticidade das peças vazadas. Mas assegurou que uma equipe do Departamento de Defesa estava trabalhando para determinar se os documentos eram autênticos ou não. Entretanto, ele assinalou que as fotos vazadas pareciam conter informações sensíveis.
"Algumas das fotos parecem mostrar documentos em um formato semelhante ao usado para fornecer atualizações diárias aos nossos funcionários de alto escalão responsáveis por operações relacionadas à Ucrânia e à Rússia, bem como outras atualizações de inteligência", disse ele, acrescentando que algumas "parecem ter sido alteradas".
Pelo menos um dos documentos parece ter sido alterado para sugerir que a Ucrânia sofreu maiores perdas do que a Rússia, quando o suposto original dizia o contrário.
No fim de semana, os jornais Washington Post e New York Times afirmaram que vários funcionários de alto escalão americano autentificaram pelo menos alguns dos despachos. Muitos seriam coerentes com os relatórios da CIA World Intelligence Review, que são compartilhados entre as principais autoridades da Casa Branca, do Pentágono e do Departamento de Estado.
Investigação
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu uma investigação para identificar quem está por trás desse vazamento, que além da guerra na Ucrânia abrange informações sobre adversários e aliados dos Estados Unidos.
No domingo (9), a imprensa americana divulgou novas informações reveladas por esses documentos.
Sobre a guerra na Ucrânia, o New York Times mostrou a extensão e precisão das informações coletadas por Washington. Os serviços de inteligência americanos poderiam ser informados antecipadamente sobre os alvos dos bombardeios russos - detalhes particularmente valiosos para a Ucrânia. Entretanto, os documentos também mostram que os americanos espionam o Estado-maior e os líderes ucranianos.
Outras informações se referem indiretamente à Ucrânia, como as supostas tentativas do grupo paramilitar Wagner de comprar armas da Turquia, passando pelo Mali. Ou ainda informações sobre o debate no governo sul-coreano sobre a entrega de munição à Ucrânia.
Além destes, outros documentos abordam a situação em Israel. A CIA teria recolhido dados sobre o apoio dado pelo?? Mossad, o serviço secreto israelense, para os opositores à reforma da Justiça proposta pelo governo de Benjamin Netanyahu, que causa uma onda de indignação no país.
A disseminação dessas informações ultrassensíveis na internet terá consequências, em primeiro lugar para a confiança dos parceiros nos Estados Unidos. Com o vazamento, os aliados dos americanos devem ficar mais relutantes em compartilhar informações sigilosas com Washington. As fontes utilizadas pelos serviços secretos americanos, em particular na Rússia, também podem estar ameaçadas.
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