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'Trump está desqualificado': Associações lançam campanha para impedir candidatura de ex-presidente

4.abr.2023 - Donald Trump no tribunal por acusações decorrentes de seu indiciamento por um grande júri após investigação sobre o dinheiro pago à estrela pornô Stormy Daniels - 4.abr.2023 - Andrew Kelly/Reuters
4.abr.2023 - Donald Trump no tribunal por acusações decorrentes de seu indiciamento por um grande júri após investigação sobre o dinheiro pago à estrela pornô Stormy Daniels Imagem: 4.abr.2023 - Andrew Kelly/Reuters

09/07/2023 16h26Atualizada em 09/07/2023 23h07

Duas associações de defesa dos direitos cívicos dos Estados Unidos lançaram uma semana de ações contra o ex-presidente Donald Trump. Elas se apoiam na Constituição do país para alegar que o republicano foi um dos responsáveis pela invasão do Capitólio, em 2021, e esperam bloquear sua candidatura à presidência.

"Trump is Disqualified" [Trump está desqualificado, em tradução livre] é o nome da campanha lançada esta semana por Mi familia vota e Free Speech for the people, duas organizações de direitos civis dos Estados Unidos. Estão previstas esta semana manifestações na Califórnia, Oregon e Geórgia.

Para as entidades, o magnata teve um papel importante no ataque ao Capitólio e, por essa razão, não pode se candidatar para a eleição presidencial de 2024. As organizações esperam usar a emenda 14 da Constituição para apoiar sua ação.

Segundo o texto, é inelegível qualquer pessoa que tenha prestado juramento de acesso ao Congresso, a um cargo no Judiciário ou a um governo local e que tenha convocado uma insurreição. No entanto, o artigo não menciona o cargo de presidente. Mas Mi Familia Vota e Free Speech esperam convencer os representantes estaduais, que são encarregados de validar a elegibilidade dos candidatos, a ampliarem sua interpretação da lei.

Em dezembro de 2022, o comitê do Congresso americano que investigou a invasão ao Capitólio dos Estados Unidos recomendou que Trump fosse formalmente acusado por diversos crimes, inclusive o de conspiração, por sua suposta contribuição para a revolta. A comissão defendeu que o ex-presidente esteve por trás de uma "tentativa de golpe" para se manter no poder e incitou os manifestantes a invadirem o local.

Primeiro ex-presidente réu

O ex-chefe da Casa Branca já é alvo de mais de 30 acusações federais desde que deixou o poder. Ele chegou a ser indiciado por "retenção ilegal de informações relacionadas à segurança nacional", "obstrução da Justiça" e "falso testemunho", após ter retido documentos confidenciais quando deixou a Casa Branca.

Trump também é acusado de fraude contábil no estado de Nova York, por um pagamento feito antes das eleições presidenciais de 2016 para calar uma atriz de filmes pornográficos que alega ter sido sua amante. Ele é o primeiro ex-chefe de Estado do país a virar réu em um processo.

Com informações de Loubna Anaki, correspondente da RFI em Nova York e agências