Caixas-pretas do avião que caiu na Coreia do Sul são recuperadas

As duas caixas-pretas do Boeing 737-800 que explodiu no Aeroporto Internacional de Muan, no sudoeste da Coreia do Sul, neste domingo (29) no horário local, foram recuperadas. O anúncio foi feito pelo Ministério dos Transportes sul-coreano. O acidente, que teria ocorrido após uma colisão da aeronave com pássaros, matou 179 das 181 pessoas que estavam a bordo, de acordo com um balanço final.

"O CVR (gravador de voz do cockpit com os diálogos da tripulação) e o FDR (com os dados de voo) já foram recuperados", disse o vice-ministro dos Transportes, Joo Jong-wan, em uma coletiva de imprensa. Os dois dispositivos serão analisados pelas equipes de investigação e trazem informações indispensáveis para esclarecer em detalhes as causas do acidente.

Os sobreviventes foram resgatados do avião em chamas logo após uma colisão contra um muro, durante um pouso de emergência. Das 181 pessoas a bordo, 175 eram passageiros e seis tripulantes. Duas pessoas sobreviveram no acidente no voo JJA-2216 da companhia aérea low-cost Jeju Air, na Coreia do Sul, que ia de Bangkok para Muan.

Segundo as autoridades, o acidente ocorreu neste domingo às 09h03 (21h03 no horário de Brasília). De acordo com o Ministério dos Territórios sul-coreano, a torre de controle avisou a tripulação que a aeronave bateu em pássaros. O piloto emitiu uma mensagem de alerta ('Mayday'), pouco antes do avião bater em um muro na hora da aterrissagem.

"A hipótese é que a colisão com pássaros, associada às condições climáticas adversas possa ter provocado o acidente", disse Lee Jeong-hyun, chefe dos bombeiros de Muan, cidade localizada a 290 quilômetros ao sul de Seul. "Mas a causa exata será conhecida após uma investigação conjunta", acrescentou.

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A rede de televisão local MBC mostrou imagens do pouso do avião da Jeju Air. O Boeing tinha fumaça saindo de seus motores antes de pegar fogo após a colisão. O acidente também pode ter sido provocado por um problema no trem de pouso, segundo autoridades sul-coreanas.

Identificação das vítimas

Membros das equipes de resgate explicaram que os passageiros foram ejetados do avião. "O avião ficou quase totalmente destruído e é difícil identificar os restos mortais das vítimas", declarou um dos bombeiros que participa das buscas. O avião com exceção da cauda, ficou completamente queimado. Restos de assentos e malas cobriram parcialmente o asfalto.

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O chefe de Estado interino, Choi Sang-mok, nomeado na sexta-feira (27), presidiu uma reunião governamental de emergência e visitou Muan na tarde deste domingo. "Todas as agências envolvidas devem mobilizar os recursos disponíveis para salvar as pessoas", disse Choi em um comunicado.

A Boeing, fabricante do avião informou que está em contato com a Jeju Air e "disposta" a prestar apoio. A Jeju Air pediu desculpas pelo acidente. "Na Jeju Air faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para responder por este acidente. Pedimos sinceras desculpas", afirmou a empresa, criada em 2005.

No terminal do aeroporto, familiares aguardavam informações, com telas listando partidas e chegadas exibindo os nomes, datas de nascimento e nacionalidades das vítimas. "Eu tinha um filho neste avião", disse à AFP um homem idoso que esperava no saguão do aeroporto. Uma mulher de 65 anos disse que sua "irmã mais nova foi para o céu hoje".

Os choques com pássaros durante o voo são um perigo real, principalmente quando se trata de aviões a jato. A potência dos motores pode diminuir rapidamente, ou até mesmo parar completamente, caso ocorra esse tipo de incidente.

Em 2009, um Airbus A320 da US Airways teve que fazer um pouso de emergência no rio Hudson, em Nova York, depois que seus dois jatos pararam após aspirar pássaros. O acidente, conhecido como o "Milagre do Hudson", não deixou vítimas.

Com informações da AFP

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