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Baixo Clero

A jornalista Carla Bigatto conduz com analistas um papo sobre temas que dominam a pauta política.


Baixo Clero #64 sobre Datafolha: Presença de Bolsonaro prejudica candidatos?

Do UOL, em São Paulo

05/11/2020 20h05Atualizada em 12/11/2020 18h49

Os resultados da última pesquisa Datafolha mostram que associação com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi negativa para os candidatos especialmente no Rio e em São Paulo. A avaliação foi feita pela colunista do UOL, Carla Araújo no podcast Baixo Clero #64, apresentado por Carla Bigatto e com participação do colunista do UOL Diogo Schelp e do chefe de reportagem do UOL Notícias, Marcos Sergio Silva.

"O presidente tinha feito uma promessa de não interferir nas eleições municipais, que ele não cumpriu. Ele acabou, por mais que fosse meio reticente, acabou entrando, acabou recebendo ali o Crivella, acabou tirando foto com alguns. E isso foi ruim para o presidente porque, no caso do Russomanno, ou do próprio Crivella no Rio, essa associação não tem sido visto até agora como positiva", avalia. (Ouça a partir do minuto 08:06)

A pesquisa Datafolha para prefeito de São Paulo divulgada hoje mostra uma nova queda nas intenções de voto em Celso Russomanno (Republicanos). O candidato foi de 20% a 16% das intenções de voto e agora divide a segunda colocação junto com Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB). Bruno Covas (PSDB) vai a 28% e se isola em 1ª colocação nas intenções de voto.

"Não tem sido vantagem, nessas eleições municipais, essa associação com Bolsonaro até agora, e isso não é bom. Os auxiliares do presidente falam que agora o ideal era que ele tivesse conseguido se segurar, e só entrar no barco mesmo no segundo turno, onde as chances de rupturas eram menores",completa. (Ouça a partir do minuto 09:00)

Para Diogo Schelp, os eleitores não irão "nacionalizar" a escolha na urna.

"Os eleitores não compraram essa história de nacionalizar as eleições municipais, ou de tornar essa eleição uma antecipação das eleições de 2022. (...) Os assuntos têm sido as cidades e os problemas das cidades. Os eleitores querem saber quem vai ser capaz de resolver seus problemas. A gente pode ver que os candidatos que puxam mais para o lado ideológico, como no caso de Joice Hassellmann e Arthur do Val em São Paulo, não estão desempenhando bem. No fim das contas, a gente tem que pensar no que os eleitores querem", disse. (Ouça a partir do minuto 12:00)

Ainda sobre a 'nacionalização' das eleições municipais, o Chefe de reportagem do UOL Notícias, Marcos Sergio Silva disse que o eleitor não costuma "comprar o discurso nacional".

"Outro dia, fiz até mesmo um exercício sobre as eleições de São Paulo: quantas vezes o candidato governista venceu? A única vez foi em 2012, e não foi propriamente porque o candidato governista era apoiado pela presidente de então. Venceu porque a rejeição do outro candidato era muito alta. Estou falando, claro, de 2012, de Fernando Haddad, que era apoiado por Dilma Rousseff", disse. (Ouça a partir do minuto 13:18)

Debate com 4 melhores colocados será mais dinâmico

O UOL fará debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo, em um modelo dinâmico com os melhores colocados na pesquisa. Marcos Sergio Silva, chefe de reportagem do UOL Notícias, participou do podcast e explicou como será o debate com os candidatos à Prefeitura.

"Essa pesquisa definiu que Bruno Covas, Celso Russomanno, Márcio França e Guilherme Boulos todos têm as condições numéricas, de acordo com o Datafolha, de participar desse debate na próxima semana", contou.

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