Macron faz populismo com Amazônia e gera mal-estar em Brasília
Nesta semana, num encontro com embaixadores, o presidente francês Emmanuel Macron afirmou que gostaria que os países do Tratado de Cooperação Amazônica aceitassem a adesão da França ao grupo e fez um pedido explícito para que isso fosse considerado pelo Brasil.
O argumento há décadas usado por Paris é que a França também é um país amazônico por causa da Guiana Francesa. Sua intervenção gerou um mal-estar entre os ambientalistas franceses e mesmo entre membros do governo brasileiro.
O motivo: Macron esnobou a Cúpula da Amazônia, que era o grande ato de política externa do governo de Luiz Inácio Lula da Silva em seu primeiro ano de governo.
No lugar do presidente da França, Paris enviou para Belém há poucas semanas apenas uma embaixadora que, por sinal, está já de saída de seu cargo em Brasília. Ou seja, já apagando as luzes de seus escritório e com pouca capacidade de mobilização.
Macron, por sua vez, estava de férias.
O governo brasileiro não deixou de destacar como, semanas antes, Lula abriu espaço em sua agenda para ir até Paris para um evento ambiental promovido por Macron. O que se esperava era reciprocidade.
Mas o gesto de Macron de pedir a adesão ao Tratado Amazônico ainda esbarra na ignorância de seus diplomatas. Ou na deliberada manipulação por parte do presidente.
Bastaria abrir o documento de fundação do acordo, ir ao artigo 27 e descobrir que:
O presente tratado terá duração ilimitada e não estará aberto a adesões.
O resto é barulho diplomático.
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