Por que o tempo urge para Haddad no Congresso
Fernando Haddad e outros ministros estão fazendo o que podem para o Congresso aprovar os projetos de interesse do governo na Câmara e no Senado. Inclusive transigindo bastante.
Haddad topou reduzir a alíquota para taxar os fundos exclusivos dos super-ricos. Com aval do ministro, o relator cortou a tributação de 10% para 6%. O objetivo de Haddad, como ele me disse, foi "fazer a fila andar".
E daí? Mesmo com os ministros cedendo, os projetos não estão andando na velocidade esperada pelo governo. Mais do que isso, parte da oposição, liderada pela bancada do boi, está conseguindo obstruir as sessões nas comissões temáticas da Câmara. Nesta quarta-feira, derrubou as sessões das comissões de:
- Agricultura
- Constituição e Justiça
- Ciência
- Desenvolvimento Econômico
- Educação
- Saúde
- Relações Exteriores
Essa "operação padrão" no Congresso tem o aval dos presidentes das duas Casas, mas principalmente de Arthur Lira. Ele está fazendo isso em represália por Lula ter adiado nomeações de pessoas indicadas pelo Arenão para o governo, principalmente na Caixa Econômica Federal.
Por outro lado, Haddad e outros ministros têm pressa porque, embora alguns indicadores econômicos sejam positivos (como emprego e confiança do consumidor), o cenário internacional preocupa. Principalmente:
- Tendência de aumento contínuo do preço do petróleo
- Alta dos juros nos EUA
- Falta de perspectiva de fim da guerra na Ucrânia
A perspectiva é que esses fatores continuem levando à desvalorização do real, ao aumento do preço dos combustíveis no mercado interno e afugente investimentos diretos no Brasil. Se isso acontecer, o Banco Central pode rever a sua nova política de queda de juros - e o crescimento da economia sofrer um impacto negativo às vésperas do ano eleitoral de 2024.
O Análise da Notícia vai ao ar às terças e quartas, às 19h.
Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.
Veja abaixo o programa na íntegra:
Deixe seu comentário