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Josias de Souza

Gilmar Mendes chama Bolsonaro de 'ridículo' por atiçar invasão de hospitais

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Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

14/06/2020 12h50

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, tachou Jair Bolsonaro de "vergonhoso" e "ridículo" por pedir aos seus apoiadores que arranjem "uma maneira de entrar e filmar" hospitais públicos que tratam de pacientes com covid-19. Em mensagem postada no Twitter, o magistrado alertou: "Invadir hospitais é crime —estimular também."

Para Gilmar, "o Ministério Público (a PGR e os MPs Estaduais) devem atuar imediatamente." Sem mencionar o nome de Bolsonaro, o ministro arrematou: "É vergonhoso —para não dizer ridículo— que agentes públicos se prestem a alimentar teorias da conspiração, colocando em risco a saúde pública."

Bolsonaro incitou seus seguidores a invadirem hospitais na noite da última quinta-feira, na sua tradicional transmissão ao vivo pelas redes sociais. Levantou dúvidas sobre as dimensões da epidemia de coronavírus. Sem exibir nenhuma evidência, insinuou que os dados sobre a doença estariam sendo manipulados por governadores e prefeitos para prejudicar o seu governo.

"Seria bom você fazer, na ponta da linha, se tem um hospital de campanha perto de você, se tem um hospital público? arranja uma maneira de entrar e filmar", disse Bolsonaro. "Muita gente tem feito isso, mas mais gente tem que fazer pra mostrar se os leitos estão ocupados ou não. Se os gastos são compatíveis ou não. Isso ajuda. Tudo o que chega para mim nas redes sociais a gente faz um filtro e eu encaminho para a Polícia Federal ou Abin."

Bolsonaro declarou, novamente sem comprovar, que vem recebendo informações sobre mortos que teriam sido classificados como vítimas da covid-19 à revelia de suas famílias.

"São dezenas de casos por dia que chegam desse tipo", afirmou, na transmissão de quinta-feira. "Não sei o que acontece. O que é que querem ganhar com isso. Tem um ganho político dos caras. Só pode ser isso. Aproveitando as pessoas que falecem pra ter um ganho político e pra culpar o governo federal. Não tem como impedir essa doença, o óbito. O que acontece na verdade é que quem contrai o vírus e tem comorbidade, a pessoa é mais fraca, a possibilidade de entrar em óbito é grande."