Leonardo Sakamoto

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Reportagem

Em meio a bombardeio a Gaza, Netanyahu ganha título de cidadão de Rondônia

Criticado pelo cerco e bombardeio da Faixa de Gaza como resposta ao terrorismo do Hamas, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi agraciado com o título de "cidadão honorário" de Rondônia devido aos "relevantes serviços prestados ao estado".

O título foi concedido pela Assembleia Legislativa através do decreto legislativo número 2.403, de 11 de outubro de 2023, publicado, nesta segunda (16), no Diário Oficial do Estado.

Para além de bombardear Gaza e aprofundar o cerco ao território, bloqueando água, comida, medicamentos, combustível e eletricidade, o governo Netanyahu ordenou que 1,1 milhão de palestinos, incluindo idosos, crianças, pessoas com deficiência, doentes, feridos em hospitais, migrem do Norte ao Sul do território em pouco tempo.

Como o Egito ainda não concordou com um corredor humanitário para que a população civil saia do território pelo Sul, nem Israel acenou em parar de bombardear para que isso aconteça, as Nações Unidas alertaram para "consequências humanitárias devastadoras" em Gaza.

Netanyahu é também criticado internamente pelo apagão na famosa inteligência israelense, que não previu a movimentação do ataque do Hamas. Tem chance de deixar o poder quando a crise passar.

"Aguardamos ansiosos a visita do primeiro-ministro a Rondônia, ampliando as relações com Israel, buscando fortalecer as relações diplomáticas para que esta relação reverbere de forma positiva, fomentando um intercâmbio e colaboração mais robusta em várias áreas", afirma o texto de proposta do título, apresentado pelo deputado estadual Delegado Lucas (PP).

E vai além na justificativa: "Destaca-se como um líder, desempenhando papel fundamental no fortalecimento dos laços entre Israel e o Brasil. Sua visão e comprometimento foram fundamentais para o estabelecimento de parcerias significativas que transcendem fronteiras geográficas". A coluna não conseguiu contato com o deputado.

Rondônia é um estado politicamente conservador, com grande parcela de evangélicos. A Assembleia Legislativa tem forte presença bolsonarista. Além disso, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve os votos de 76% dos 366.641 eleitores no segundo turno de 2022, enquanto Lula teve 24%.

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