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Lula já analisa governabilidade, impeachment e ministro da economia
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O ex-presidente Lula não apenas está de volta ao jogo e quer ganhar, segundo declarou ontem em entrevista à agência Reuters, como já estuda como irá governar, relacionar-se com o Congresso, evitar um pedido de impeachment e nomear seu ministro da economia.
Lula, embora não tenha dito com todas as letras, apoia a ideia de o PT compor uma federação partidária com PSB, PCdoB, PSOL e PV.
Segundo um aliado próximo, o petista considera que a união dos partidos (que atuariam como uma só agremiação política nas eleições, devendo permanecer assim por pelo menos quatro anos, segundo as regras aprovadas pelo TSE) permitiria ao PT construir na Câmara uma frente com 140 a 160 deputados — o que, em caso de vitória em 2022, lhe daria duas vantagens logo de cara.
A primeira seria fortalecer o governo diante do Centrão.
O bloco de partidos de centro-direita liderado por Arthur Lira reúne hoje em torno de 200 deputados. Com a federação, o PT, atualmente com 53 cadeiras na Câmara, triplicaria o seu peso.
"Logicamente, o governo vai ter de sentar para conversar com vários partidos, mas uma bancada maior já desobrigaria o partido de fechar acordos draconianos para votações de maioria simples [do quórum exigido de 257 deputados] — as emendas constitucionais dá para negociar pontualmente", afirma o aliado de Lula (a aprovação das propostas de emenda à Constituição demandam ao menos 308 votos).
A segunda vantagem que a federação partidária e a eleição de uma bancada de até 160 deputados trariam a um eventual governo Lula seria a de blindar o petista de um pedido de impeachment — possibilidade na qual o aliado do ex-presidente não acredita, mas que, segundo ele, é temida por parte do PT e considerada por Lula. Como são necessários 342 votos para abrir um processo do gênero, os votos contrários de 172 dos 513 deputados que formam a Câmara já seriam suficientes para compor um "seguro impeachment" para o petista.
Uma outra definição crucial que Lula está determinado a colocar em prática caso seja eleito diz respeito à escolha de seu ministro da economia.
Como antecipou o jornal Valor em setembro, o petista já declarou a correligionários que escolherá para o cargo um político e não um especialista no ramo.
Segundo o aliado próximo ao ex-presidente, ele mantém essa convicção.
E o que Lula pretende com a nomeação de um político e não de um economista para a pasta? Responde o aliado: "Evitar o fiscalismo e o burocratismo. E ter alguém que, acima de tudo, compreenda a política e a concilie com a economia".
Isso significaria que a responsabilidade fiscal não seria uma preocupação de um eventual governo Lula?
"Não", responde o aliado. "Mas os conceitos de controle de gestão e disciplina fiscal não serão os que estão aí."
Lula pretende usar o mês de janeiro para "submergir".
No que depender do petista, a decisão sobre a composição da federação partidária, bem como o anúncio da entrada do ex-tucano Geraldo Alckmin como vice em sua chapa, ficam para fevereiro.
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