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Polícia encontra todos os reféns do bando que invadiu fábrica de joias no RS

Os nove reféns foram liberados por volta das 23h, a 5km de onde foram pegos - Juan Barbosa/Agência RBS
Os nove reféns foram liberados por volta das 23h, a 5km de onde foram pegos Imagem: Juan Barbosa/Agência RBS

Do UOL, em Porto Alegre

30/12/2012 23h15Atualizada em 31/12/2012 10h32

A polícia localizou os nove reféns que, desde a madrugada deste domingo (30), estavam sob o poder de assaltantes que assaltaram uma fábrica de joias na serra gaúcha.

Seis viaturas da BM (Brigada Militar) chegaram por volta das 23h30 no centro de Cotiporã, trazendo os reféns. Eles foram encaminhados ao CTG (Cento de Tradições Gaúchas) Pousada dos Carreteiros, que funciona como uma espécie de quartel-general da operação montada em conjunto com a Polícia Civil e a BM para tratar do caso. Ao menos uma das mulheres resgatadas foi encaminhada a uma ambulância.

William Bernardes, um dos sequestrados, narra como ele e a família foram retirados de casa e levados com os criminosos em fuga. "Foram momentos de muito medo. Estava todo mundo dormindo, quando eles arrombaram a porta. Nos colocaram no meio do mato. Andamos por cerca de uma hora e meia no escuro dentro da mata. Nos mandaram abaixar a cabeça se não a gente levava chumbo. Ficamos das 4h até umas 15h com dois bandidos armados com armas grandes. O helicóptero [da polícia] passou várias vezes sobre nós." Eles saíram do esconderijo somente após anoitecer, encontrando dois carros de polícia.

"A BM vinha recebendo telefonemas e deslocou efeitvo para todos os locais para fazer averiguações. O grupo [de reféns] estava no mato. Seguimos na abordagem e fizemos a identificação dos reféns. Eles passaram o dia escondidos no mato, como nós acreditávamos que estavam", afirmou o capitão Juliano André Amaral, da Brigada Militar.

Segundo informações da operação montada para solucionar o caso, nenhum refém foi agredido. Os bandidos ordenaram às vítimas que ficassem em silêncio, e fugiram a pé. O grupo estava em uma mata fechada na localidade conhecida como Morro do Céu.

A BM continua com as buscas atrás dos criminosos. "A partir do momento que houve confronto, ficaram sem logística. Estão sem alimentação. Com essas dificuldades que estão apresentando, eles vão tentar fugir de toda maneira, mas vamos tentar buscá-los", disse o capitão.

A primeira informação sobre a libertação dos reféns foi dada pelo capitão Juliano André Amaral, da Brigada Militar, via Twitter. Por volta das 22h40 deste domingo (30), ele usou sua conta no micro blog para anunciar a libertação: "Estamos com as 9 vítimas sao(sic) e salvas e bem. DEUS SEJA LOUVADO!."
 

Entenda o caso

Nove pessoas, sete delas da mesma família, ficaram sob o poder dos assaltantes que explodiram uma fábrica de joias em Cotiporã (169 km de Porto Alegre), na serra gaúcha, na madrugada deste domingo (30). Os parentes pertencem à família Buratti, produtores rurais residentes na localidade de Linha 14 de Julho.

Os dois homens, as quatro mulheres e uma menina de 11 anos foram feitos reféns em casa, durante a fuga de quatro assaltantes. Os outros reféns são duas amigas que foram levadas por um dos assaltantes, que fugiu a pé pelo meio do mato.

Polícia tinha conhecimento sobre possível ação do bando

Desde a noite do sábado (29), a polícia tinha conhecimento de que o grupo liderado por Elisandro Rodrigo Falcão, 31 anos, praticaria uma ação na serra. Só não se sabia em qual cidade. Por isso, alguns agentes já estavam de prontidão. Por volta das 20h30 do sábado (29), o bando passou pelo pedágo de Portão em direção a Cotiporã.

Falcão estava sendo monitorado havia cinco meses. Ele estava refugiado em uma praia do litoral norte gaúcho, e se dirigia até a região serrana para praticar os assaltos. Especialista em assaltos a bancos e carros-fortes com o uso de explosivos, Falcão era considerado o criminoso mais procurado do Rio Grande do Sul.

Foragido do regime semiaberto, Falcão havia deixado um recado para a polícia desde sua fuga: não voltaria para o presídio - se tivesse que morrer em confronto, morreria. Morreu. Ele é suspeito de ter responsabilidade na maioria dos assaltos a caixas eletrônicos e bancos com a utilização de explosivos nos últimos meses no Estado.