Mais de 90 cidades protestam hoje contra a baixa qualidade do transporte público

Moradores de ao menos 21 capitais brasileiras, do Distrito Federal e de outras 70 cidades espalhadas pelo interior do Brasil vão às ruas na tarde desta quinta-feira (20) para protestar contra o preço e a qualidade do transporte público no país. 

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• Artigo da PM: Enxergar qualquer cidadão de coturno
  como sinônimo de ditadura é preconceito
• Artigo do Passe Livre: Não temos 15 mil manifestantes,
  foi a população de São Paulo que se levantou
• Análise: Revogação de aumento das tarifas demorou,
  mas mudou diálogo entre governos e sociedade

Em São Paulo, a manifestação será a sétima organizada pelo MPL (Movimento Passe Livre). A concentração está marcada para as 17h, na praça do Ciclista, na avenida Paulista, área central da capital. Até o começo da tarde desta quinta-feira , mais de 190 mil pessoas confirmavam presença no ato por meio da página do evento no Facebook. Segundo o MPL, a ação servirá para "comemorar a vitória do povo na rua" e provar que é possível isentar os passageiros de pagar condução.

No Rio de Janeiro, o ato será realizado na região central da cidade. Segundo o universitário Kenzo Soares, aluno da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e um dos membros do Fórum de Luta contra o Aumento das Passagens, a passeata terá o mesmo trajeto em relação aos atos anteriores: da Candelária à Cinelândia.

Em Brasília, o protesto foi batizado de "Ato Nacional contra o Aumento das Passagens, as Violações da Copa e a Criminalização da Luta Popular no DF" e terá concentração na rodoviária do Plano Piloto, no centro da capital.

Outras capitais que tiveram manifestações do tipo confirmadas foram Belo Horizonte (MG), Belém (PA), Curitiba (PR), Porto Velho (RO), Teresina (PI), Recife (PE), Porto Alegre (RS), João Pessoa (PB), Cuiabá (MT), Aracaju (SE), Maceió (AL), Campo Grande (MS), Salvador (BA), Natal (RN), Manaus (MA), Florianópolis (SC), Palmas (TO), Fortaleza (CE), Goiânia (GO) e Vitória (ES).

Em cidades do interior, há protestos marcados também em cidades como Feira de Santana (BA), Uberlândia (MG), Ponta Porã (MS), Campina Grande (PB), Caruaru (PE), Petrolina (PE), Cascavel (PR), Volta Redonda (RJ), Pelotas (RS), Blumenau (SC), Joinville (SC), Campinas (SP), São José dos Campos (SP) e Ribeirão Preto (SP). 

Brasília

O protesto de ontem foi o quarto e em defesa da tarifa zero no transporte público. O ato reuniu cerca de 1.300 manifestantes, de acordo com cálculos da Polícia Militar, e fez com que a estação Rodoviária do Plano Piloto do metrô fechasse mais cedo --por volta das 20h30, e não às 23h30, como ocorre de segunda a sábado. Dez minutos depois, alguns dos manifestantes invadiram a estação, apesar do cordão de isolamento da PM.

Niterói

A Prefeitura de Niterói, na região metropolitana do Rio, anunciou na noite de quarta-feira que a tarifa dos ônibus municipais será reduzida de R$ 2,95 para R$ 2,75. 

Durante protesto na cidade, manifestantes paralisaram a ponte Rio-Niterói, e centenas de passageiros que seguiam de ônibus para a cidade e já estavam na ponte desceram dos veículos e seguiram a pé para casa. O mesmo aconteceu para quem ia para o Rio de Janeiro. A Tropa de Choque utilizou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo e alguns policiais chegaram a sacar armas durante a confusão para retirar os manifestantes. Os confrontos continuaram pelo centro de Niterói.

Fortaleza

Na capital cearense, manifestantes cobram redução de R$ 0,20 no preço na passagem de ônibus (de R$ 2,20 para R$ 2,00), além de mais investimentos para Educação, Saúde e Segurança Pública. Eles levantam como bandeira ainda o combate à corrupção.

Ontem, cerca de 10 mil manifestantes, de acordo com a polícia, ocuparam a avenida Alberto Craveiro, a principal via de acesso ao estádio Castelão, na capital cearense, onde o Brasil enfrentaria horas depois a seleção do México pela Copa das Confederações. Com faixas e gritos de ordem, eles pediam "mais pão e menos circo" no país.

Com cartazes de protestos e manifestações proibidos de entrar na Arena, alguns torcedores deram um jeito de 'burlar' essa regra. O estudante de engenharia Murilo Melo foi revistado na entrada, e a Força Nacional apreendeu um cartaz com os dizeres "Enfia os 20 centavos no SUS", em português.

O outro, em inglês, dizia. "Não são só 20 centavos. São 69 bilhões roubados dos cofres públicos". Este foi verificado pela Força e liberado para entrar no estádio, já que os responsáveis pela revista não entenderam o que estava escrito.