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Colégio onde filho de PMs estudava diz que em último dia ele teve o 'mesmo jeitinho carinhoso'

Vídeo feito por um colega de sala de aula de Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, de 13 anos, suspeito de ter matado a família e se suicidado nessa segunda-feira (5), na Brasilândia, zona norte de São Paulo, mostra o garoto dentro da escola no primeiro dia de aula após o fim das férias. Nesse momento, ele já teria cometido os homicídios  - Reprodução
Vídeo feito por um colega de sala de aula de Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, de 13 anos, suspeito de ter matado a família e se suicidado nessa segunda-feira (5), na Brasilândia, zona norte de São Paulo, mostra o garoto dentro da escola no primeiro dia de aula após o fim das férias. Nesse momento, ele já teria cometido os homicídios Imagem: Reprodução

Marivaldo Carvalho

Do UOL, em São Paulo

07/08/2013 19h23

A diretora do colégio Stella Rodrigues, Maristela Rodrigues, disse nesta quarta-feira (7) que o comportamento do aluno Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13, suspeito de matar a família e depois se suicidar, foi "normal" na escola na segunda de manhã, dia seguinte a ter cometido os crimes, segundo a versão da polícia.

"Participou de todas as atividades propostas e teve o mesmo 'jeitinho carinhoso' com seus professores e funcionários em geral, não apresentou qualquer tipo de comportamento anormal", diz a diretora.

O colégio suspendeu as aulas até a próxima sexta-feira (9). As aulas voltam ao normal apenas na segunda-feira (12) na unidade localizada na rua Professor João Machado, na Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo, onde estudava o adolescente. A escola está fechada desde terça-feira (6). 
 
O delegado titular da divisão de homicídios do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Polícia Civil de São Paulo, Itagiba Franco, disse que um amigo contou em depoimento que Marcelo tinha plano para matar os pais e fugir.

Raio-x

A diretora conta que ele foi matriculado no colégio aos 5 anos, em 2006. "No ato de sua matrícula, a mãe mencionou à diretora do colégio que estava entregando em suas mãos a sua maior preciosidade, relatando que o menor sofria de uma doença degenerativa e que talvez não tivesse expectativa de vida além dos 18 anos", relata Maristela.

A diretora diz que Marcelo, desde o início de sua trajetória escolar, sempre alcançou um bom rendimento pedagógico, apresentando comportamento e atitudes normais. "Era um garoto dócil, alegre, com boas relações com os colegas e com o corpo docente do colégio", informou.

Em relação aos pais, ela conta que eles sempre foram participativos, atuantes e presentes em todas as atividades relacionadas à escola, família e aluno. "Eles acompanhavam sempre de perto seu desenvolvimento pedagógico e pessoal", conta a diretora.

Ela não acredita que Marcelo tenha cometido aos assassinatos. "É incompreensível a imputação do fato ao aluno, até mesmo pela personalidade que este apresentava dentro da escola. Não houve indícios que anunciasse nenhuma tragédia", conta a diretora.

Ela diz que o comunicado encontrado em posse do aluno, divulgado pela imprensa, foi encaminhado a todos os alunos pela secretaria do colégio, solicitando alguns documentos faltantes nos prontuários dos alunos, como certidão de nascimento, atualização de atestado para participação nas aulas de educação física e fotos atualizadas.

De acordo com Maristela, a escola se mobiliza na contratação de profissionais especializados neste tipo de situação, a fim de preparar o corpo docente e funcionários na orientação para o acolhimento de alunos e familiares no retorno às atividades escolares.

"Neste momento de profunda tristeza, o colégio e seus colaboradores estão realizando importante trabalho de orientação, acolhimento e conforto aos alunos", informa. "Por ora e até a finalização do inquérito policial, não nos pronunciaremos mais a respeito do caso para colaborar com o andamento das investigações", diz  a nota.