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Após incêndio ser controlado em SC, moradores começam a voltar para casa

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianópolis

27/09/2013 13h16

A Defesa Civil de Santa Catarina começou ao meio-dia desta sexta a organizar a volta dos cerca de 9.000 moradores que deixaram suas casas em São Francisco do Sul (189 km de Florianópolis), depois que uma nuvem de fumaça tóxica permaneceu 57 horas sobre esta cidade portuária. Parte do comércio já reabriu as portas. O porto retomou as operações de carga de navios.

Mais cedo, os bombeiros informaram que o incêndio químico que atingia um depósito de fertilizantes foi extinto por volta da 8h30.

O depósito de fertilizantes sofreu uma combustão (uma reação química, que não produz chamas) na noite de terça-feira (24) provocando uma coluna de fumaça tóxica.

Cidade fica a 189 km da capital

  • Arte/UOL

Segundo o major Polícia Militar Aldo Baptista Neto, coordenador do Setor de Resposta às Crises da Secretaria de Defesa Civil, "todos os cuidados já foram tomados. Foi uma crise ambiental inédita e a maior já vivida no Estado, mas o pior passou. A população não tem mais nada a temer. Estamos apenas avaliando o impacto ambiental nas casas próximas ao ponto onde tudo começou para liberar esta área".

Alguns moradores já estão voltando voluntariamente. As casas dentro do raio de 1 km do ponto onde começou o incidente continuam bloqueadas por soldados do Exército, aguardando liberação da Defesa Civil.

Ao todo, cerca de 150 pessoas foram medicadas nos hospitais locais e sete num posto de Saúde de Guaratuba, no litoral paranaense.

Houve apenas um caso de intoxicação grave. Foi o de um bombeiro que inalou alta concentração de fumaça quando trabalhava dentro do depósito da Global. Ao meio-dia desta sexta (27) ele permanecia internado na UTI do Hospital Regional de Joinville.

Inquérito

A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar "crime ambiental" e "crimes contra a saúde pública".

Técnicos do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) já entraram no depósito da Global para avaliar os danos ambientais. Ainda não se sabe qual a causa da reação química.

O dono da empresa Global, Nelson Possamai, disse que a empresa funcionava regularmente, com alvará da Prefeitura de São Francisco do Sul.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o local não tinha passado por inspeção da corporação.

O empresário Possamai também ocupava a presidência da companhia estatal de saneamento básico Águas de Joinville. Ele renunciou ao cargo em meio à crise ambiental, na manhã de quinta.

Segundo o Ministério Público de Santa Catarina, a Global tem parte de seu depósito em área residencial, irregularmente ocupada.
A Global sustenta que a área em disputa é industrial. O caso está na Justiça desde janeiro, ainda sem solução.