Dilma volta a dizer que sistema elétrico precisa ser à prova de raios
Depois de o diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema), Hermes Chipp, dizer nesta quinta-feira (6) que o curto-circuito que provocou o apagão que afetou 6 milhões de pessoas na última terça (4) pode ter sido causado por um raio, a presidente Dilma Rousseff reafirmou declaração dada em 27 de dezembro de 2012 e voltou a dizer que o sistema elétrico brasileiro deve ser à prova de descargas elétricas, visto que é "um dos países com maior quantidade de raios do mundo".
"O sistema elétrico brasileiro foi montado para ser à prova de descargas elétricas, com a proteção de uma gigantesca rede de para-raios. Se raios foram realmente responsáveis pela queda no fornecimento de energia na terça-feira, cabe ao ONS apurar se os operadores estão mantendo adequadamente a sua rede de para-raios", afirmou Dilma, segundo o Palácio do Planalto.
Em 2012, Dilma se irritou com declarações de técnicos do ONS e do MME (Ministério de Minas e Energia) de que raios poderiam ter causado apagões registrados no país --foram quatro apenas no segundo semestre, que o governo atribuiu depois a queima de transformador, incêndio, curto-circuito e interferência.
"No dia em que falarem para vocês que caiu um raio, vocês gargalhem. Cai raio todo dia nesse país. Raio não pode desligar o sistema, se desligou, é falha humana", disse a presidente na ocasião.
Uma série de apagões atingiu o Brasil no segundo semestre de 2012. Em 22 de setembro, um apagão atingiu todo o Nordeste e também o Pará e o Tocantins, e a explicação do governo foi de que a queima de um transformador na subestação de Imperatriz (MA) havia provocado a queda de energia.
Em 2 de outubro de 2012, um incêndio em um equipamento de um transformador da subestação de Furnas, segundo o governo, provocou apagão em todos os Estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, bem como no Acre e em Rondônia. No mesmo mês, em 26 de outubro, um curto-circuito em uma linha de transmissão teria provocado um novo apagão no Nordeste , no Pará e no Tocantins.
Finalmente, em 15 de dezembro de 2012 um apagão voltou a atingir as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, bem como o Acre e Rondônia. Na ocasião, a explicação foi de que uma interferência havia desligado a proteção de geradores da usina de Itumbiara (GO), provocando a interrupção do fornecimento.
No ano passado, o governo atribuiu a queimadas em linhas de transmissão no Piauí as causas do apagão que atingiu todos os Estados da região Nordeste, bem como o Paraná, em agosto.
Apagão
Embora tenha apontado descargas elétricas como uma das possíveis causas do curto-circuito, o diretor-geral do ONS disse hoje que as causas da falha que provocou o apagão que afetou 6 milhões de pessoas nas regiões Sul, Sudeste, Norte e Centro-Oeste do país na terça-feira (4) ainda são investigadas.
Representantes do ONS, da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), do MME (Ministério de Minas e Energia) e das empresas envolvidas na ocorrência (FIP Brasil, Cemig, e Eletronorte) participaram de uma reunião na tarde desta quinta, e um relatório sobre o apagão deverá ser divulgado dentro de dez a 15 dias.
O curto-circuito da terça-feira aconteceu três minutos depois de o Sul do país atingir o recorde de demanda por energia elétrica. Para especialistas, o curto espaço de tempo entre os dois episódios indica que os eventos têm relação, mas o ONS nega. Ontem (5), o país voltou a atingir o pico de demanda por eletricidade, o que órgão atribui às altas temperaturas registradas em todo o país.
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