O balanço da operação de ocupação do Complexo da Maré, feita pelas forças de segurança desde o dia 21 de março, em preparação à Operação São Francisco das Forças Armadas, resultou na prisão de 162 pessoas e na apreensão de 101 armas, além de 2.252 munições e de grande quantidade de drogas.
Os dados foram divulgados na noite desta sexta-feira (4) pela Secretaria de Estado de Segurança. Segundo o relatório, houve 36 confrontos entre a Polícia Militar e criminosos, resultando na morte de 16 suspeitos e no ferimento de oito. As forças de segurança estadual e federal ocuparam em cerca de 15 minutos o Complexo da Maré no dia 30 de março, com um efetivo superior a 1.500 homens, sendo 1.180 policiais militares e 130 policiais civis, com apoio de policiais federais, policiais rodoviários e de 250 fuzileiros navais.
A Operação São Francisco está prevista para começar a partir das primeiras horas deste sábado (5), com um efetivo total de 2.700 homens, sendo 2.050 militares do Exército, 450 fuzileiros navais e 200 policiais militares. O contingente ficará na região até 31 de julho, mas o prazo poderá ser prorrogado, a pedido do governo do estado. O Complexo da Maré é formado por 15 favelas, onde moram quase 130 mil pessoas.
Último dia
O último dia antes da Operação São Francisco, de ocupação do Complexo da Maré por tropas do Exército e da Marinha, prevista para começar logo nas primeiras horas deste sábado (5), foi marcado por apreensões de drogas e de armas, além da prisão de dois jovens, posteriormente liberados. Na localidade conhecida como Salsa e Merengue, policiais do Batalhão de Operações com Cães (BAC) encontraram 24 quilos de maconha prensada e uma granada com a ajuda de um cão.
No Conjunto Boa Esperança, policiais do serviço reservado do Batalhão de Choque encontraram uma pistola 9mm e 62 munições. Em outra ação do grupo, foram apreendidos 17 tabletes de maconha hidropônica, cultivada em laboratório e mais forte que a variedade comum. Ambos os casos foram resultado de informações passadas por meio de denúncias. As apreensões foram apresentadas na 21ª Delegacia de Polícia (Bonsucesso), responsável pela área e que terá um posto avançado dentro da Maré para apoiar a operação das Forças Armadas.
Policiais militares prenderam dois irmãos na comunidade da Baixa do Sapateiro. Os dois foram levados para a 21ª DP, mas nada apareceu no sistema policial contra eles. O delegado adjunto Fabrício Costa acompanhou o caso e liberou os jovens, que haviam sido presos por PMs dentro de casa, sem a ocorrência de flagrante nem mandado judicial. Os pais dos dois jovens ficaram desesperados e procuraram a base de comando do Batalhão de Choque, na Vila do Pinheiro, onde foram atendidos por um integrante da Corregedoria de Polícia, que os acompanhou até o 22º BPM e depois até a 21ª DP.
“A gente não tem dinheiro para contratar advogado. Eles entram na casa da gente quando querem. Pensei logo no [caso] Amarildo. Tiraram ele de casa e não voltou mais”, desabafou o pai de um dos jovens, Alexandre Costa, que trabalha como ajudante de caminhão e disse que os filhos não têm envolvimento com o crime.
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