Câmara de SP aprova fim do rodízio municipal de veículos; Haddad deve vetar
A Câmara de São Paulo aprovou em sessão nesta quarta-feira (28) o fim do rodízio municipal de veículos, em vigor desde outubro de 1997. O projeto aprovado (PL 15/2006) é de autoria do vereador Adilson Amadeu (PTB) e estava parado no Legislativo havia sete anos.
Para virar lei, a proposta precisa ser sancionada pelo prefeito Fernando Haddad (PT), que deve vetá-la, pois, em manifestações anteriores, se posicionou contra o fim da restrição.
Em junho de 2013, por exemplo, os vereadores aprovaram proposta do vereador Mário Covas Neto (PSDB) que substituía a multa do rodízio por uma advertência, exceto para reincidentes. Na ocasião, Haddad vetou a proposta.
Em janeiro deste ano, a prefeitura apresentou um estudo que propõe a ampliação do rodízio, com a inclusão de cerca de 400 novas vias na área de restrição.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Prefeitura de São Paulo informou que ainda não há um posicionamento sobre a aprovação do fim do rodízio na Câmara porque a matéria ainda não chegou ao gabinete do prefeito.
Votação relâmpago
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17 anos de rodízio
O rodízio foi implantado no primeiro ano da gestão de Celso Pitta (morto em 2009) com o objetivo de reduzir os congestionamentos e a poluição gerada pelos veículos.
A medida restringe a circulação de carros, conforme a placa e o dia da semana, no centro expandido da capital, das 7h às 10h e das 17h às 20h, nos dias úteis. A multa é de R$ 85,13 e quatro pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
Amadeu disse que o rodízio incentivou as pessoas a comprarem um segundo carro, subvertendo a ideia original da medida. Para o vereador, outro efeito colateral da restrição foi aumentar o número de carros irregulares circulando diariamente na capital.
“Hoje estamos com 7,5 milhões de veículos, [dos quais] 2,5 milhões não pagam nada. É algo que tem de ser feito. Tem que unir município e Estado e ver a questão dos carros que estão andando na rua, sem regularização”, disse.
Indagado sobre o impacto negativo que o fim do rodízio pode causar no tráfego, o parlamentar respondeu que é preciso "educar" o motorista, e não restringir o tráfego.
"Precisamos educar o trânsito, não fazer mais de 19 mil autuações por dia como faz a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Os semáforos não estão funcionando, isso tudo influi no trânsito."
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