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Metroviários de São Paulo desistem de retomar greve durante a Copa

Do UOL, em São Paulo

11/06/2014 20h33

Em assembleia na noite desta quarta-feira (11), os metroviários de São Paulo desistiram de retomar a greve da categoria durante a Copa do Mundo. Com isso, o Metrô irá funcionar normalmente amanhã (12), na abertura do Mundial com o jogo entre Brasil e Croácia. Agora, a categoria fará uma campanha para rever as 42 demissões do trabalhadores que participaram de piquetes durante a greve. 

Nesta tarde, reunião entre representantes do Metrô e do sindicato  no Ministério Público do Trabalho (MP) terminou sem acordo. Os metroviários tentavam reverter as demissões funcionários durante a greve de cinco dias que foi suspensa na última segunda (9), mas o Metrô mais uma vez não aceitou reconsiderá-las.

A readmissão dos afastados passou a ser a única reivindicação dos metroviários. A categoria pedia um reajuste salarial de 12,2%, mas já aceitou a proposta de 8,7% feita pela empresa. 

Segundo a advogada Eliana Ferreira, que defende o sindicato, os procuradores regionais do Trabalho pediram hoje que a empresa apresente as justificativas para os afastamentos e dê aos grevistas o direito de defesa. A companhia estava representada por responsáveis dos setores jurídico e de recursos humanos. Eles ficaram de analisar a proposta do Ministério Público.

“Estamos em um estado de exceção. O governo de São Paulo não dá direito de defesa e demite sumariamente”, afirmou Paulo Pasin, presidente da Federação Nacional dos Metroviários e um dos afastados pela direção do Metrô.

Somos todos pais de família, afirma metroviária demitida

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nessa terça (10) que as demissões não estão relacionadas à greve em si, mas ao que o governador chamou de "fatos graves", como "invasão de estação, depredação e vandalismo". O governo estadual teria uma nova lista de funcionários a serem demitidos, com 300 nomes, caso os metroviários decidam por mais uma greve.

A direção do sindicato trata as demissões como perseguição política para intimidar a categoria. Vários dos demitidos disseram ao UOL que não promoveram atos de vandalismo e que apenas participaram de piquetes para tentar convencer colegas a não trabalhar. Há, entre os demitidos, os que afirmaram sequer ter participado dos piquetes.

Procurado pela reportagem, o Metrô não informou quais trabalhadores foram demitidos e não quis individualizar as ações de cada um. A companhia disse que as demissões foram amparadas em imagens de câmeras de segurança e em boletins de ocorrência lavrados com depoimentos de testemunhas.

Apesar de afirmar que as demissões foram provocadas não pela greve em si, mas por atos individuais, Alckmin antecipou, no domingo (8), que as dispensas iriam ocorrer se os grevistas não voltassem ao trabalho.