Rebelião em Pedrinhas, no Maranhão, mata 1 preso e fere 4 pessoas
Um preso morreu durante rebelião na Penitenciária de Pedrinhas, localizada no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (Maranhão), nesta quinta-feira (4). Também ficaram feridos um agente terceirizado e outros três internos.
O interno Thiago Costa dos Santos, 25, não resistiu aos ferimentos e morreu nesta tarde em um hospital de São Luís. A Sejap (Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária) não informou a causa da morte nem como ele se feriu durante a rebelião.
Com a morte de Thiago Costa dos Santos sobe para 13 o número de presos assassinados em Pedrinhas e para 22 o número de mortos em todo o sistema penitenciário do Maranhão.
O Complexo Penitenciário de Pedrinhas foi classificado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) como "extremamente violento" e "sem condições de manter a integridade física dos presos".
Além dos três internos que ficaram feridos, um monitor terceirizado foi atingido por uma bala no peito por arma que estava em poder dos presos. Os presos Marcelo Brício Ferreira, Carlos Henrique Santos da Silva e Wagner dos Santos Lima já foram medicados em hospitais da capital e retornaram à Penitenciária de Pedrinhas. O monitor terceirizado não teve o nome revelado. Ele foi submetido a uma cirurgia e, segundo a Sejap, seu estado de saúde é estável.
O tumulto foi iniciado por integrantes da facção criminosa Bonde dos 40, que disputam o domínio no local com integrantes da facção PCM (Primeiro Comando do Maranhão), ramificação do PCC (Primeiro Comando da Capital) que age nas unidades prisionais de São Paulo.
A Sejap informou que a rebelião já está controlada e que homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Maranhão, do Geop (Grupo Especial de Operações Penitenciárias), agentes penitenciários e membros do GTA (Grupamento Tático Aéreo) estão dentro da Penitenciária realizando revista nas celas e pavilhões. Há informações de que presos ainda estejam portando armas de fogo.
Violência
O clima voltou a ficar tenso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas nesta semana. Nessa quarta-feira (3), houve um princípio de motim no Presídio São Luís 2 e os presos atearam fogo em colchões nos pavilhões, porém a violência logo foi contida pela polícia e pelo Geop.
Sessenta presos foram assassinados em 2013 no complexo de Pedrinhas. Neste ano já são 14 mortes ocorridas em Pedrinhas e 22 assassinatos em todo o sistema penitenciário do Maranhão.
Em agosto, dois presos foram mortos em Pedrinhas. No dia 27, o preso Marcos Paulo Santos Sales, 29, foi o 12º morto em Pedrinhas. Ele foi estrangulado durante uma briga por drogas no Centro de Triagem de Pedrinhas. No dia 7, o preso Rafael Alberto Libório Gomes desapareceu da cela 10, Bloco A, do Presídio São Luís 1. O corpo dele foi esquartejado e encontrado dias depois.
No dia 23 de agosto, o preso Aleandro da Conceição Sousa morreu durante uma tentativa de fuga no Centro de Ressocialização de Pedreiras (a 235 km de São Luís). Na ação, outros seis presos ficaram feridos.
Apesar da presença da PM (Polícia Militar) e da Força Nacional de Segurança Pública na segurança interna dos presídios do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, localizado em São Luís, a redução das mortes de presos neste ano foi de apenas 40% em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro semestre de 2014, o complexo de Pedrinhas registrou nove mortes de internos. No mesmo período de 2013, ocorreram 16 mortes de presos.
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