Mortes em acidentes com ônibus caem 25% em 2015 em São Paulo
O número de mortes decorrentes de acidentes com ônibus municipais na cidade de São Paulo caiu 25% (de 100 para 75) entre 2014 e 2015.
O número, que leva em conta tanto colisões com outros veículos quanto atropelamentos, foi puxado principalmente pela queda de 37% dos atropelamentos fatais. Entre um ano e outro, o número de mortes nesse tipo de acidente caiu de 56 para 35.
É o que aponta levantamento inédito feito pelo Fiquem Sabendo com base em dados da SPTrans (empresa municipal de transporte) obtidos por meio da Lei Federal nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação).
Esses números não abrangem eventuais mortes provocadas por outros tipos de coletivos na capital paulista, como os intermunicipais e os fretados, por exemplo.
De acordo com as informações disponibilizadas pela gestão Fernando Haddad (PT), esses são os menores números desde 2011.
Na avaliação de Sergio Ejzenberg, engenheiro e mestre em transportes pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), três fatores influenciaram essa queda: o aumento da fiscalização por parte da prefeitura, o que incluiu a instalação de novos radares na cidade, a crise econômica e a redução do limite de velocidade máxima em várias vias da capital paulista, como as marginais Tietê e Pinheiros.
“Em São Paulo, iniciou-se uma política agressiva e correta de fiscalização de velocidade no sistema viário principal, e isso é fundamental para a redução [das mortes em acidentes]. Esta campanha foi além das grandes avenidas e das marginais”, avalia Ejzenberg.
Com relação à influência da queda da atividade econômica nessa estatística, Ejzenberg explicou que ela leva à diminuição do fluxo de veículos na cidade, o que contribui para a queda nos números de acidentes e mortes no trânsito em geral.
De acordo com o especialista, para que os índices de morte no trânsito caiam ainda mais, é necessário que a redução do limite de velocidade máxima seja ampliada para as vias locais. “Esse tipo de via tem de ter 30 km/h como velocidade máxima, como prevê o Código de Trânsito Brasileiro, e não 40 km/h”, diz.
Para ele, no entanto, antes de as velocidades máximas nessas vias serem reduzidas, é necessária a adoção de uma ampla campanha de conscientização na cidade. “Não pode ter cunho arrecadatório”.
Em 2014, os acidentes com ônibus municipais foram responsáveis por 6% das mortes no trânsito e por 10% dos atropelamentos fatais na capital paulista.
Os atropelamentos fatais foram responsáveis por 44% das mortes em acidentes na cidade de São Paulo em 2014. Ainda não é possível saber a fatia de responsabilidade dos ônibus em 2015, porque os números gerais só devem ser divulgados em abril.
Para prefeitura, melhora se deve à redução da velocidade
A gestão do prefeito Fernando Haddad disse por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa que a queda das mortes em acidentes com ônibus “consolida a eficiência de medidas de segurança no trânsito, como a redução do limite de velocidade”.
A prefeitura informou que os números mostram que “as ruas ficaram mais seguras para pedestres, motoristas, ciclistas, passageiros e motoristas”. Segundo a administração municipal, o período de janeiro a outubro de 2015 apresentou uma queda de 22,8% nas mortes de pedestres e de 18,3% na de motociclistas, na comparação com mesmo período de 2014.
Na avaliação da Secretaria Municipal de Transportes, São Paulo poderá atingir nos próximos anos a meta da ONU (Organização das Nações Unidas), que é de 6 mortes para cada 100 mil habitantes. Hoje, o índice na cidade é de 8,82; em 2012, era de 12, segundo a pasta.
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