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Evento em batalhão da PM-RJ toca "vou apertar, mas não vou acender agora"

Músico Bezerra da Silva - Divulgação / RioFilme
Músico Bezerra da Silva Imagem: Divulgação / RioFilme

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

26/08/2019 16h51

Um vídeo que circula na internet mostra uma banda de rock tocando a música Malandragem Dá Um Tempo, de Bezerra da Silva, durante um evento de motociclistas promovido neste sábado (24) pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar, no bairro do Estácio, região Central do Rio. Com o refrão, "Vou apertar, mas não vou acender agora", a canção fala sobre o uso de drogas.

A música chamou atenção de quem passava pelo local e um vídeo de 31 segundos foi gravado do lado de fora do evento.

A festa, batizada de Rio Moto Choque, contava com "shows de rock das bandas Mr. Vintage, Old Sound e da banda da PMERJ, além de food trucks, exposição de veículos militares, venda de artigos esportivos e sorteio de brinde", segundo informações publicadas na página do Facebook do batalhão.

As atividades tiveram início às 15h e terminaram por volta de 22h. O ingresso cobrado para o evento, que foi aberto ao público, era a entrega de 2 kg de alimento não perecível para a campanha "Choque Solidário". Também houve uma "motociata" realizada pelos organizadores do evento nas ruas da cidade, com o "objetivo de conscientizar a todos sobre a importância da segurança no trânsito", informou o BPChoque.

Procurada, a PM informou através de nota "que o 1º Rio Moto Choque teve todas as autorizações necessárias para sua realização e ocorreu sem gasto público (...) ao possibilitar a presença de público externo no interior do batalhão e através da motociata, permitiu que cidadãos conhecessem os recursos disponíveis para o trabalho diário da Polícia Militar nas ruas do Estado do Rio".

A nota afirmou ainda que o evento não influiu na logística operacional da unidade. No entanto, a corporação não comentou sobre a música tocada no evento.

Procurado, o especialista em segurança pública e presidente do Instituto de Criminalística e Ciências Policiais da América Latina José Ricardo Bandeira avaliou que não houve nada de ilegal no evento.

"Não há ilegalidade nem imoralidade. O Batalhão de Choque é motorizado e tem proximidade com motociclistas e sediar esse tipo de evento é normal. A polícia fazendo evento social se aproxima da sociedade. A polícia do Exército costuma dar cobertura a esses tipos de eventos de motociclistas e é muito benéfico. Quanto à música, ela não é censurada, é uma obra consagrada e não existe nada que possa desabonar o evento. É um evento cultural apenas. Não poderíamos presenciar policiais consumindo bebida alcoólica fardados, dançando em serviço. Isso não poderia", disse ele.