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Homem é morto após golpear gerente e se negar a usar máscara em mercado

Homem de 36 anos foi morto a tiros após golpear gerente de supermercado e se recusar a usar máscara dentro do estabelecimento em Vacaria (RS) - Divulgação
Homem de 36 anos foi morto a tiros após golpear gerente de supermercado e se recusar a usar máscara dentro do estabelecimento em Vacaria (RS) Imagem: Divulgação

Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL, de Porto Alegre

21/06/2020 12h20Atualizada em 22/06/2020 06h10

Um homem de 36 anos foi morto a tiros após golpear o gerente de um supermercado e se recusar a usar máscara dentro do estabelecimento em Vacaria (RS), a 238 quilômetros de Porto Alegre. No estado, o uso da proteção é obrigatório desde 11 de maio devido à pandemia do coronavírus.

Imagens de câmeras de segurança, que não foram repassadas à imprensa, mostram o percurso de Aldori Somavilla Cardoso dentro do estabelecimento.

Conforme o delegado Anderson Lima, responsável pela investigação, Cardoso entra sem ser percebido, escolhe produtos e vai até o caixa. "O gerente o interpela e diz que ele não poderia circular pelo supermercado sem máscara", segundo o delegado.

Os dois discutem por cerca de 30 segundos. O cliente puxa uma faca e avança em direção ao gerente. "Ele dá dois golpes no gerente. No primeiro, ele [o gerente] consegue ir para trás, mas o outro [golpe] o acertou, na altura do tórax", disse Lima.

Em seguida, o gerente saca um revólver calibre 38 e dispara contra Cardoso. O cliente foi atingido na região do tórax e caiu na entrada do supermercado.

Cardoso foi socorrido, mas não resistiu. O gerente do supermercado foi levado ao Hospital Nossa Senhora da Oliveira, onde continuava hospitalizado na manhã de hoje.

O gerente tinha porte e posse de arma de fogo e não tinha antecedentes criminais. "Ele estava autorizado a carregar onde fosse, de maneira escondida", afirmou Lima.

O delegado observa que, preliminarmente, pode se afirmar que o gerente agiu em legítima defesa, o que deve ser apurado ao longo do inquérito, que tem dez dias para ser concluído.

"Confirmada a legítima defesa, [ele] não responde por nada, teve agressão injusta do cliente, que tenta matar ele. Se confirmar a situação como está se desenhando, não vai dar nada", afirmou Lima.

O cliente tinha antecedentes antigos, de 2010 e 2011, por dirigir sem habilitação, lesão corporal no trânsito e ameaça. Após o ocorrido, a arma e a faca foram apreendidas.