MPF denuncia delegados que recebiam propina para proteger investigados
O MPF (Ministério Público Federal) denunciou na semana passada dois delegados da Polícia Federal que recebiam propina em troca de proteção a investigados no Rio de Janeiro. São eles: Wallace Noble Santos Soares e Lorenzo Martins Pompilio da Hora.
Segundo o órgão, a denúncia é a primeira oferecida a partir de investigações da segunda fase da Operação Tergiversação, que desarticulou uma organização criminosa que mantinha um esquema de pagamento de propina por investigados em inquéritos policiais.
O grupo criminoso atuava dentro da Superintendência da PF do Rio de Janeiro. Desta forma, de acordo com o MPF, os agentes públicos envolvidos evitavam que as apurações em curso alcançassem os empresários que aceitassem pagar a propina.
"Esses agentes ainda tinham a incumbência, em alguns casos, de atuar em favor dos empresários, intercedendo junto a delegados que presidissem outras investigações que pudessem alcançá-los para novamente evitar que fossem revelados os crimes praticados pelos empresários parceiros", explicou o órgão.
Além dos delegados, o MPF denunciou outros quatro empresários que participaram do esquema, além de um colaborador. Os empresários Marcelo Freitas Lopes, Durival de Farias, Dulcinara de Farias e Victor Duque Estrada Zeitune devem responder pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de ativos e organização criminosa.
Esquema de propina
Para atender aos interesses do empresário, o delegado Pompílio e um colaborador ainda instauraram, de forma fraudulenta, um inquérito policial.
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