Esse conteúdo é antigo

Rapaz sobe morro a cavalo para não perder audiência na Justiça em MG

Para não perder uma audiência virtual na Justiça, um rapaz de 23 anos que mora numa área rural do município de Inhapim, em Minas Gerais, teve que subir um morro a cavalo para obter um sinal melhor de internet.

O que aconteceu

O jovem é cliente do advogado Davi Oliveira Costa, em um processo criminal que corre na Justiça mineira.

O advogado explicou ao UOL que o município com 24 mil habitantes, no leste mineiro, possui uma extensão territorial muito grande e é predominantemente rural, com muitos distritos. Por essa razão, muitas pessoas têm que enfrentar entre uma hora e uma hora e meia de estrada para chegar à cidade.

O rapaz mora na zona rural, trabalha na roça e explicou ao advogado que trabalha todos os dias, ficando difícil para ele perder o dia de trabalho.

Ele recebe pelo dia trabalhado. Se não trabalhar, não recebe. Então ele primeiro passou essa dificuldade para a gente em vir à cidade, porque para ele pegar um ônibus, pegar uma condução e vir até aqui participar da audiência, ele ia perder o dia de serviço e ia perder a remuneração desse dia.
Davi Oliveira Costa, advogado

Sinal ruim de internet

O advogado explicou ao rapaz que hoje em dia as audiências poderiam ser realizadas online, pela internet, e aí surgiu outro problema: O sinal ruim de celular na zona rural.

Enquanto trabalhava na roça nesta quarta, o rapaz acessou o link para a audiência, mas o sinal estava fraco. Pouco tempo depois, ele conseguiu entrar na audiência e o advogado pediu que ele ligasse a câmera.

Ele ligou primeiro a câmera traseira e então pedimos que ele ligasse a frontal, para que ele pudesse aparecer.
Davi Oliveira Costa, advogado

Continua após a publicidade

Na hora que o rapaz trocou a câmera, a surpresa: ele estava no alto de um morro, em um pasto, com um cavalo atrás dele.

Após a audiência, ele explicou ao advogado que, como o sinal não estava pegando bem, ele subiu a cavalo até o alto do morro, que é o lugar onde o sinal pega melhor.

Do alto do morro o jovem conseguiu participar da audiência normalmente e ao final o advogado o parabenizou pelo compromisso e pelo esforço em participar.

Isso aí mostra o tanto que as audiências virtuais, surgidas no contexto da pandemia, colaboram com o jurisdicionado e é parte de um Brasil que existe e que não pode ficar esquecido. Elas beneficiam as pessoas, com suas particularidades, para poderem participar e ter acesso à Justiça, sendo favorecidas pelo desenvolvimento tecnológico.
Davi Oliveira Costa, advogado

Deixe seu comentário

Só para assinantes