'Tiraram um pedaço da minha vida', diz pai de Eloá, morta aos 5 anos no RJ
O pai da menina Eloá Passos, 5, disse que nada será capaz de consolá-lo após a morte da filha, atingida por um tiro no peito, na Ilha do Governador, zona norte do Rio.
O que disse a família:
Gilgres Santos afirmou que nada é capaz de explicar a dor e que vai seguir para criar as outras filhas: "Infelizmente, é seguir a minha vida e manter as que eu tenho em casa ainda, já que levaram a minha filha. Eu tenho duas para criar, entendeu?", disse, em entrevista ao RJTV2, da TV Globo.
Então, eu não tenho mais palavras para falar para vocês que dor nenhuma vai me consolar. A dor pela minha filha, que já se foi, que acabou. Tiraram um pedaço da minha vida, foi a minha filha
Gilgres Santos, pai de Heloá
A mãe da menina, contou que ela era "muito alegre" e pediu justiça: "Era uma criança que chegava nos locais e todo mundo gostava. Ela era muito alegre, uma criança muito boa."
A única justiça que eu peço é a de Deus, mais nada. Só quero que Deus faça a justiça dele
Claudia da Silva de Souza
O avô da menina disse que não tinha confronto no momento do crime e que a polícia "chegou atirando para cima", na manhã deste sábado (12): "Ela tinha acabado de acordar e foi baleada dentro do quarto, ao lado da mãe", contou Fernando Santana.
Uma prima de Eloá Passos disse que, na sexta-feira, fizeram uma festinha para comemorar os dois meses de vida da irmã da menina. Indiane Passos falou que o dia de hoje foi "só tristeza" para a família.
Tava em casa brincando, pulando na cama, comendo os doces do 'mesversário' da irmã dela, que foi ontem. Ontem foi festa, e hoje é só tristeza pra gente.
Indiane Passos, prima de Eloá Passos
Adolescente também foi morto
Além da menina, um adolescente de 17 anos morreu baleado hoje. Segundo a Polícia Militar, Wendell Eduardo foi atingido em uma troca de tiros com policiais do Batalhão da Ilha do Governador.
Em protesto, um grupo de manifestantes "ateou fogo em um ônibus na rua Paranapuã", diz a PM. O Batalhão de Rondas e Controle de Multidão (RECOM) e o Corpo de Bombeiros foram acionados.
A PM disse que está apurando o caso. As imagens das câmeras corporais dos policiais envolvidos serão analisadas. "O comando da unidade instaurou um procedimento apuratório para averiguar a conjuntura das ações e a corregedoria da corporação acompanha os trâmites."
Nos dois últimos anos, 15 crianças morreram baleadas por armas de fogo no estado do Rio de Janeiro, segundo levantamento da Rio de Paz. No último ano, foram 11 casos no total, sendo dez mortes decorrentes de balas perdidas e um acidente com munição.
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