'Tava brincando, pulando na cama', diz prima de Eloá, menina morta no RJ
Uma prima de Eloá da Silva dos Santos, de 5 anos, contou que a menina estava "brincando, pulando na cama", quando foi atingida por um tiro no peito e morreu neste sábado, na Ilha do Governador, zona norte do Rio.
O que aconteceu:
A família de Eloá fez uma festinha na sexta-feira para comemorar o 'mesversário' da irmã da menina, disse a prima Indiane Passos em entrevista à GloboNews.
Hoje de manhã, Eloá "brincava, pulando na cama" e comia os docinhos da comemoração quando foi baleada.
Tava em casa brincando, pulando na cama, comendo os doces do 'mesversário' da irmã dela, que foi ontem. Ontem foi festa, e hoje é só tristeza pra gente.
Indiane Passos, prima de Eloá Passos
Tiro acertou Eloá no peito. "A gente pensou que era um tiro na perna, de raspão. Meu irmão depois ligou falando que não era na perna e não era de raspão. Foi justamente no peito", contou Indiane.
"Não foi bandido", disse a prima da vítima. "Estava acontecendo uma manifestação, porque eles mataram um menor. É sempre os bandidos que são os culpados. Mas não foi bandido. Estava tendo uma manifestação e eles [policiais] mandaram tiro para dentro da comunidade", .
Casa tinha outras crianças
Havia outras crianças na casa de Eloá no local no momento dos tiros, segundo João Luis Silva, articulador da ONG Rio de Paz e membro da Comissão de Direitos Humanos da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Ele esteve com familiares da vítima neste sábado.
A família de Eloá Passos está vivendo um momento de "tristeza, indignação e revolta", diz o articulador da ONG Rio de Paz. O nome dela será colocado no mural em memória das crianças e policiais mortos fixado na ciclovia da Lagoa Rodrigo de Freitas, segundo a Rio de Paz.
Jovem de 17 anos também foi morto
Além da menina, um jovem de 17 anos morreu baleado hoje. Segundo a Polícia Militar, o rapaz foi atingido em uma troca tiros com policiais do do Batalhão da Ilha do Governador.
Em protesto, um grupo de manifestantes "ateou fogo em um ônibus na rua Paranapuã", diz a PM. O Batalhão de Rondas e Controle de Multidão (RECOM) e o Corpo de Bombeiros foram acionados.
A PM disse que está apurando o caso. As imagens das câmeras corporais dos policiais envolvidos serão analisadas. "O comando da unidade instaurou um procedimento apuratório para averiguar a conjuntura das ações e a corregedoria da corporação acompanha os trâmites."
Nos dois últimos anos, 15 crianças morreram baleadas por armas de fogo no estado do Rio de Janeiro, segundo levantamento da Rio de Paz. No último ano, foram 11 casos no total, sendo dez mortes decorrentes de balas perdidas e um acidente com munição.
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