Menino eletrocutado é transferido no Rio; moradores denunciam fios soltos
Um menino de 11 anos, eletrocutado em Angra dos Reis (RJ) na última segunda-feira (4), foi transferido ontem para um terceiro hospital. O garoto estava junto com a mãe quando tocou em um cabo de alta tensão da Enel no chão.
Há cinco meses, moradores denunciaram em audiência pública a existência de fios espalhados no chão.
O que aconteceu?
Acidente foi em frente à obra do Centro de Informações Turísticas, na entrada da cidade, segundo a prefeitura de Angra.
Menino foi transferido para o CHN (Complexo Hospitalar de Niterói), que é um hospital de referência neste tipo de ocorrência, segundo a Enel Rio, que acompanha o caso.
A mãe do menino, Alexandra Kelly Carvalho, andava de mãos dadas com filho e, após atravessar uma rua, o garoto pisou no fio no canteiro e os dois caíram no chão.
A mãe conseguiu se desvencilhar do choque e gritou por socorro.
Meu filho vomitava, virava os olhos. E eu só gritava 'por favor, não deixem meu filho morrer'. Foi um livramento ele ter sobrevivido
Alexandra Kelly, mãe do garoto, ao "Extra"
Moradores usaram um pedaço de pau para socorrer o menino e tirá-lo do contato com os fios elétricos. Ao UOL, a mãe do menino disse que está tratando da situação do filho com os médicos e que não podia dar mais detalhes do caso à reportagem.
O garoto foi levado ao Hospital Municipal de Japuíba, em Angra. Depois, foi transferido para o Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, onde estava até quarta-feira (6).
Ainda na quarta-feira, a Enel transferiu o garoto para o Complexo Hospitalar de Niterói, uma instituição particular.
Prefeitura vai processar distribuidora
A prefeitura de Angra afirmou em nota que vai abrir uma ação civil pública contra a distribuidora de energia, a Enel, "pelo péssimo serviço prestado pela empresa ao município".
A Defesa Civil vai realizar uma vistoria em todas as instalações da Enel Distribuidora para verificar a qualidade do serviço prestado, como o estado de conservação de postes que estejam com risco de queda, e da fiação
Nota da prefeitura de Angra
Em 29 de março, houve uma audiência pública com representantes dos moradores, da Enel, da prefeitura e de vereadores de Angra. O problema já havia sido denunciado.
Fiações de alta tensão espalhadas pelo chão foram alguns dos problemas apontados
Comunicado da prefeitura de 29 de março
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Quero receberUma das queixas apresentadas na audiência pública, segundo a prefeitura, foi feita pela Associação de Moradores da Praia Vermelha. "A Enel precisa se organizar como empresa e colocar os funcionários para fazer os devidos trabalhos", afirmou Luciana Vieira, presidente da entidade. "Não estamos pedindo muito, só o necessário para seguir com as nossas vidas."
Empresa diz usar "padrões rigorosos de segurança"
Questionado pelo UOL, a Enel Rio não informou quais medidas foram tomadas pela empresa desde a audiência pública. Porém, esclareceu que corrigiu o problema no local do acidente com o garoto de 11 anos.
"Ao tomar conhecimento do fato, a empresa enviou uma equipe técnica ao local para afastar qualquer risco elétrico e realizar os reparos necessários, concluídos no mesmo dia", afirmou a Enel em nota à reportagem.
A Enel Distribuição Rio lamenta profundamente o acidente envolvendo um adolescente em Angra dos Reis. A distribuidora segue padrões rigorosos de segurança e está apurando as circunstâncias do acidente.
Nota da Enel Rio
Em nota enviada ao UOL depois da publicação desta reportagem, a Enel afirmou que trabalhar para melhorar a rede de energia de Angra. "A companhia realizou obras significativas no sistema elétrico, substituiu cabos por outros mais resistentes que convivem melhor com o meio ambiente e instalou equipamentos telecomandados, operados de forma remota pelo Centro de Operações."
"Foram construídas e substituídas mais de 80 km de novas redes", diz a nota. "Nos últimos dois anos, em média, a companhia realizou intervenções em mais de 4 mil pontos da rede e mais de 180 mil podas de galhos de árvore próximo à rede elétrica em toda a Costa Verde."
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