Ao chegar a aeroporto, reféns das Farc comemoram libertação

Depois de serem libertados pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), nesta segunda-feira (2), os últimos dez policiais e militares mantidos como reféns pela guerrilha comemoraram a libertação ao chegar ao aeroporto de Villavicencio, no departamento de Meta, na Colômbia. Eles foram levados ao local em um helicóptero cedido pelo governo brasileiro para ajudar na operação de resgate.

Segundo o comando da guerrilha colombiana, estes seriam os últimos reféns militares em poder do grupo. A libertação ocorreu em uma zona rural perto da fronteira dos departamentos de Meta e Guaviare. Meta fica 70 quilômetros a sudeste de Bogotá.

“Quatro militares e seis policiais, todos reféns que as Farc tinham em seu poder há mais de 12 anos, foram liberados nesta segunda-feira na Colômbia e entregues a uma missão humanitária”, disse a porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Maria Cristina Rivera, ao ler um comunicado oficial da organização.

“Manifestamos nossa grande alegria pelo êxito desta operação que permitiu, em um só dia, a união de dez famílias que esperaram por tantos anos”, ressalta o comunicado. A expectativa inicial era que a operação de resgate fosse dividia em duas etapas, entre os dias 2 e 4 de abril.

Desde 2008, o maior grupo guerrilheiro colombiano -considerado uma organização terrorista por Estados Unidos e União Europeia- libertaram progressivamente vários reféns, incluindo políticos, no que alguns analistas consideram como uma estratégia para ganhar protagonismo e limpar sua imagem diante da comunidade internacional.

A entrega dos reféns aconteceu apesar de a guerrilha ter dito, em 2010, que não faria mais gestos unilaterais e que os prisioneiros em seu poder só recuperariam a liberdade com um acordo humanitário que incluísse a libertação de centenas de rebeldes presos.

As Farc foram fundadas em 1964 e são a principal guerrilha da Colômbia, com cerca de 9.000 combatentes.

Quem são os reféns libertados

O jornal "El Colombiano", da Colômbia, divulgou a identidade dos dez, que estavam em poder das Farc desde o final da década de 90.

Os reféns mais antigos são os sargentos do Exército Nacional Luis Afonso Beltrán e Luiz Arturo Arcia, sequestrados em 3 de março de 1998. Ambos foram vítimas de emboscadas, o primeiro nas selvas do departamento de Caquetá e o segundo, no município de El Billar, também em Caquetá.

No mesmo ano, os sargentos Luis Alfredo Moreno Chagüeza e Robinson Salcedo Guarín foram capturados pelos rebeldes, em 3 de agosto de 1998, em Miraflores, no departamento de Guaviare, na Colômbia.

O último dos reféns a ser capturado em 1998 foi o sargento da Polícia Nacional Cesar Lasso Monsalve, sequestrado em outubro daquele ano no povoado de Paujil, em Caquetá.

Os outros cinco reféns foram sequestrados pelas Farc em 1999. São eles: Carlos José Duarte R. Fue, capturado em Porto Rico; Wilson Rojas Medida, preso em 10 de julho, e Jorge Romero, Jorge Trujillo Solarte e José Libardo Forero, todos sequestrados em 11 de julho de 1999.

(Com agências internacionais)