Topo

Brasão do papa Francisco faz homenagem a Jesus Cristo, Maria e José

Renata Giraldi

Da Agência Brasil, na Cidade do Vaticano

18/03/2013 14h10

O Vaticano divulgou nesta segunda-feira (18) o brasão do papa Francisco, eleito sucessor de Bento 16, no último dia 13. O lema é: "Com misericórdia o chamou", inscrito em latim ("Miserando atque eligendo"), referindo-se à sua eleição pelo conclave. O brasão tem as cores azul, vermelho, preto e amarelo, além do branco. O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse que o brasão é "simples" e simboliza Jesus, Maria e José.

O escudo é azul e com símbolos da chamada dignidade papal, os mesmos do antecessor Bento 16. Também traz a mitra disposta entre chaves cruzadas de ouro e prata ligadas por um cordão vermelho. No topo, está o emblema da ordem de origem do papa: a Companhia de Jesus (os jesuítas), um sol brilhando com as letras em vermelho IHS -- o monograma do nome de Jesus Cristo.

Em cima da letra H, há uma cruz na ponta, e abaixo dela três pregos em preto. Na parte inferior do escudo, estão uma estrela à esquerda e uma flor de nardo (na cor branca) à direita. A estrela, de acordo com a antiga tradição, simboliza a Virgem Maria, a mãe de Cristo e da Igreja, enquanto a flor de nardo mostra São José, patrono da Igreja Católica Apostólica Romana.

Na tradição hispânica, São José é representado segurando um ramo de nardo natural. Ao colocar essas imagens em seu escudo, segundo o porta-voz, o papa Francisco quis demonstrar sua devoção especial à Virgem Maria e a São José. Francisco manteve, em parte, o escudo usado por ele quando era arcebispo de Buenos Aires, na Argentina.

Perfil do novo papa 

Primeiro papa latino-americano da história da Igreja Católica, Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, em 17 de dezembro de 1936.

Foi ordenado sacerdote em 13 de setembro de 1969. O jesuíta foi nomeado bispo titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires pelo papa João Paulo 2º em 20 de maio de 1992. No mesmo ano, ele foi confirmado como bispo titular da capital argentina em 27 de junho.

Na Argentina, Bergoglio é conhecido pelo conservadorismo e pela batalha contra o kirchnerismo. O prelado também é reconhecido por ser um intenso defensor da ajuda aos pobres.

O argentino costuma apoiar programas sociais e desafiar publicamente políticas de livre mercado.

Bergoglio é considerado um ortodoxo conservador em assuntos relacionados à sexualidade, se opondo firmemente contra o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o uso de métodos contraceptivos.

Em 2010, entrou em controvérsia pública com a presidente Cristina Kirchener ao afirmar que a adoção feita por casais gays provoca discriminação contra as crianças.

Em seu primeiro discurso, feito logo após o anúncio de seu nome, Francisco 1º agredeceu ao acolhimento da comunidade de Roma e, também lembrou do papa emérito Bento 16, seu antecessor.

Ele bateu outros cardeais considerados favoritos, como o italiano Angelo Scola e o brasileiro Odilo Scherer.