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Obama proíbe espionagem a líderes de países aliados

Em discurso no Departamento de Justiça, Obama anuncia mudanças na Agência Nacional de Segurança  - Mark Wilson/AFP
Em discurso no Departamento de Justiça, Obama anuncia mudanças na Agência Nacional de Segurança Imagem: Mark Wilson/AFP

Do UOL, em São Paulo

17/01/2014 15h24

O presidente americano, Barack Obama, afirmou nesta sexta-feira (17) que o serviço de inteligência dos Estados Unidos não irá praticar espionagem contra líderes de Estados aliados do país. 

A medida foi anunciada em discurso feito por Obama no Departamento de Justiça, no qual o presidente anunciou mudanças nas práticas da NSA (Agência Nacional de Segurança). 

Obama esclareceu que o programa da NSA deve continuar mas terá que passar por reformas, por isso o secretário de Justiça, Eric Holder, e as agências de inteligência se encarregarão de propor as mudanças necessárias até o final de março em consultas com o Congresso. 

Entre as propostas discutidas por Obama, está a possibilidade de que o governo deixe de controlar as ligações telefônicas de milhões de cidadãos arquivadas pela NSA. A partir de agora também será necessário que os serviços de inteligência peçam autorização para ter acesso aos dados coletados.

A necessidade de rever as práticas dos serviços de inteligência americanos surgiu após as revelações do ex-funcionário da NSA, Edward Snowden, sobre as operações secretas da agência, que espionou ligações telefônicas e comunicações pela internet tanto de líderes de governos, como Angela Merkel, quanto de cidadãos comuns.

 

Obama disse que as revelações de Snowden trouxeram "mais prejuízo do que transparência", mas que não quer julgar "as motivações ou ações" do ex-funcionário da NSA, mesmo que elas tenham revelado "métodos aos nossos adversários que poderiam impactar nossas operações". 

Em seu discurso, Obama reforçou a importância dos serviços de inteligência e disse que ao longo da história americana esses serviços "ajudaram a garantir a segurança do país". Fazendo menção aos atentados de 11 de setembro de 2001, o presidente disse que o país ficou "perplexo com os sinais que perdemos". Para Obama, "especialistas de inteligência serão questionados sobre por que falharam para ligar os pontos se um ataque terrorista acontecer" novamente.  

O presidente disse ainda que não será a última vez que os Estados Unidos debaterão as necessidades e limites dos serviços de inteligência e que "novas ameaças levantam novas questões legais e políticas" sobre o assunto. "As ameaças de terrorismo e os ciberataques não irão embora", advertiu Obama.