"Estamos à beira de um desastre", diz premiê ucraniano sobre mobilização militar na Crimeia
O novo primeiro-ministro ucraniano, Arseniy Yatsenyuk, declarou neste domingo (2) que o país está "à beira de um desastre" após a "declaração de guerra" feita pela Rússia --numa referência à intervenção militar dos russos na região autônoma da Crimeia.
"É o alerta vermelho. Não é uma ameaça, é, na verdade, uma declaração de guerra ao meu país", disse o premiê.
"Nós pedimos para que o presidente Putin retire suas forças armadas e cumpra suas obrigações internacionais, assim como os acordos bilaterais e multilaterais entre a Rússia e a Ucrânia", acrescentou.
"A Rússia não tinha qualquer razão para invadir a Ucrânia e nós acreditamos que nossos parceiros, assim como toda a comunidade internacional, apoiarão a manutenção da integralidade do território ucraniano, e farão o possível para impedir este conflito militar provocado pela Rússia", afirmou.
IMPASSE COM A RÚSSIA MOTIVOU REVOLTA NA UCRÂNIA
As manifestações começaram em novembro, depois que o então presidente Viktor Yanukovich anunciou sua decisão de não assinar um acordo de cooperação com a União Europeia, que poderia, no futuro, ter a Ucrânia como um de seus membros.
A questão, no entanto, é mais complexa e tem raízes na história recente do país, nascido após a desintegração da ex-União Soviética.
O país está no meio de uma disputa de forças entre grupos que querem mais proximidade com a União Europeia e outros que têm mais afinidade com a Rússia. Yanukovich foi deposto em fevereiro, e novas eleições foram convocadas.
As atenções agora se viraram para a Crimeia, região autônoma da Ucrânia cuja maioria é alinhada à Rússia, que convocou um referendo sobre sua soberania.
Um comboio de centenas de tropas russas partiu hoje em direção a capital da região da Ucrânia Crimeia, um dia depois que as forças da Rússia assumiram a península estratégica do Mar Negro sem disparar um tiro.
Também hoje, a Ucrânia informou que mobilizou soldados reservistas e ordenou que comandantes militares colocassem unidades de combate em estado de alerta contra uma intervenção militar russa na Crimeia.
O anúncio foi feito na capital Kiev pelo secretário do CDSN (Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia), Andrei Parubi, após Kiev denunciar que vários alvos estratégicos foram tomados na república autônoma da Crimeia, no sul da Ucrânia, por militares russos, como o aeroporto de Simferopol, um posto da Guarda de Fronteiras em Sebastopol e uma base antimísseis da Força Aérea ucraniana.
Parubi acrescentou que a convocação dos reservistas só afetará "aqueles que o Ministério da Defesa considere necessários". "Precisamos de um exército unido, necessitamos de ações coordenadas", ressaltou. (Com agências internacionais)
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