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Holandês é a primeira vítima do MH17 a ser identificada

23.jul.2014 - Os dois aviões que transportam os primeiros restos mortais das vítimas do voo da Malaysia Airlines MH17 chegaram  no aeroporto de Eindhoven, no sul da Holanda - Robin Van Lonkhuijsen/ANP/AFP
23.jul.2014 - Os dois aviões que transportam os primeiros restos mortais das vítimas do voo da Malaysia Airlines MH17 chegaram no aeroporto de Eindhoven, no sul da Holanda Imagem: Robin Van Lonkhuijsen/ANP/AFP

Do UOL, em São Paulo

26/07/2014 17h28

O governo holandês afirma ter identificado neste sábado (26) a primeira vítima das 298 pessoas que morreram no voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil no leste da Ucrânia na quinta-feira passada (17), portanto, nove dias após o ocorrido.

O nome da vítima, um cidadão holandês, não foi revelado. O governo já entrou em contato com o parente mais próximo dele e com o prefeito da cidade natal onde o holandês residia.

Mais de 200 peritos forenses de várias nacionalidades realizam uma força-tarefa na cidade de Hilversum, na Holanda, para identificar as vítimas

Segundo a Malaysia Airlines, a bordo do voo MH17 estavam 193 holandeses (um deles também tinha nacionalidade americana), 43 malaios (incluídos os 15 membros da tripulação e dois bebês), 27 australianos, 12 indonésios (entre eles um bebê), dez britânicos (um deles com dupla nacionalidade sul-africana), quatro alemães, quatro belgas, três filipinos, um canadense e um neozelandês.

Quando há vítimas de múltiplas nacionalidades, como neste caso, é necessário seguir um protocolo internacional chamado DVI (sigla em inglês para Identificação de Vítimas de Desastres), segundo a Interpol. Esse protocolo foi usado, por exemplo, no desastre aéreo da Air France em 2009 e no tsunami na Ásia em 2004.

Amostras de DNA

A identificação é feita principalmente por meio do DNA das vítimas. Amostras são coletadas a partir de tecido muscular profundo dos corpos. Para a comparação, é preciso material genético de familiares, em geral requisitado pela força-tarefa aos países de origem das vítimas. 

“Estamos em contato com os outros países para somar esforços na identificação dos corpos”, disse à rede CNN Jos Van Roo, membro do LTFO (sigla em holandês para Equipe Nacional de Investigação Forense).

Van Roo explicou ainda que familiares já estão sendo entrevistados para cederam material genético, registros dentários e impressões digitais de seus parentes mortos.

Na maioria dos casos, mesmo com a decomposição dos corpos, é possível obter amostras válidas de DNA. A maior dificuldade das equipes forenses, no entanto, é outra: como muitas famílias viajavam juntas no MH17, fica mais difícil obter amostras de comparação entre parentes próximos (como pais e filhos).

Nesse caso, parentes distantes ainda vivos, como avós e tios, precisam ceder o DNA comparativo. Ou ainda, o DNA comparativo pode ser colhido de objetos pessoais das vítimas, como escovas de dentes e de cabelo.

Devido ao grande número de vítimas, o processo forense de identificação pode levar meses, mas os peritos estão unidos em torno de um único objetivo. “Nós temos uma grande vontade de devolver esses corpos às famílias”, frisa Van Roo. (Com CNN e agências)