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Israel nega culpa por 16 mortes em escola da ONU usada como abrigo em Gaza

Homem carrega bebê em hospital após ataque de Israel contra escola da ONU matar 16 e ferir ao menos 200 em Gaza - Por Nidal al-Mughrabi e Allyn Fisher-Ilan
Homem carrega bebê em hospital após ataque de Israel contra escola da ONU matar 16 e ferir ao menos 200 em Gaza Imagem: Por Nidal al-Mughrabi e Allyn Fisher-Ilan

Do UOL, em São Paulo

27/07/2014 17h12

As Forças Armadas de Israel negaram neste domingo (27) ter culpa pelas 16 mortes ocorridas em um abrigo da ONU (Organização das Nações Unidas), atingido por um morteiro na última quinta-feira (24). Ao menos 200 pessoas ficaram feridas no ataque ao local, que abriga 1.500 refugiados.

“Um único morteiro israelense errante caiu no pátio da escola”, disse à “CNN” o porta-voz das Forças Armadas de Israel, o tenente-coronel Peter Lerner. “Temos um vídeo que mostra o pátio vazio. É extremamente improvável que alguém tenha sido morto pelo morteiro.”

Lerner acrescentou que na última quinta-feira ocorria um combate intenso entre militares israelenses e radicais do Hamas. Segundo o militar, vários mísseis antitanques partiram das imediações da escola e, por isso, as Forças Armadas israelenses revidaram naquela direção.

“Negamos a alegação de que pessoas nas instalações da escola foram mortas pelo morteiro das Forças Armadas de Israel”, disse Lerner, acrescentando que algumas podem, no entanto, terem sido feridas por estilhaços.

"Parem matança"

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou o ataque ao abrigo da entidade na faixa de Gaza. Entre as vítimas estavam mulheres, crianças e funcionários da ONU.

O local, uma escola da UNWRA (Agência de Assistência aos Refugiados Palestinos) em Beit Hanoun, era usado por dezenas de pessoas como refúgio dos últimos confrontos na região entre Israel e o Hamas.

"Estou horrorizado com as notícias de um ataque a uma escola de UNRWA, em Gaza do norte, onde centenas de pessoas haviam se refugiado", afirmou Ban em comunicado no dia do ocorrido. "O ataque destaca a necessidade imperativa de parar a matança –e pará-la agora", disse Ban, acrescentando que Israel precisa respeitar regras humanitárias internacionais. Entre elas está a inviolabilidade das integridade das instalações da ONU e de seus funcionários.

Mais de mil mortos, entre eles 218 crianças

Após a trégua de 12 horas do sábado (26), centenas de corpos que estavam sob escombros em Gaza foram recolhidos, o que aumentou o número de mortes palestinas para mais de mil, segundo a ONU e autoridades locais.

A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) estima que ao menos 218 crianças foram mortas no confronto entre militares israelenses e radicais do Hamas. Desse total, dois terços delas teriam idade inferior a 12 anos.Do lado israelense, 43 soldados e três civis foram mortos em 20 dias de conflito. (Com agências)