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Israel admite ter atacado região de escola em Gaza; EUA se dizem 'chocados'

Do UOL, em São Paulo

03/08/2014 16h46Atualizada em 04/08/2014 07h39

O Exército israelense admitiu ter disparado contra alvos perto da escola da ONU em Rafah (sul da faixa de Gaza), na qual pelo menos dez palestinos morreram em um ataque neste domingo (3).

"O Exército israelense disparou contra três terroristas da Jihad Islâmica que estavam em uma moto perto da escola da ONU em Rafah. As Forças de Defesa de Israel examinam as consequências [do disparo]", afirma um comunicado.

A escola da ONU abrigava quase 3.000 refugiados palestinos, segundo os serviços de emergência. 

O governo dos Estados Unidos se disse "chocado" e considerou o ataque um ato "vergonhoso" em declaração neste domingo. Os norte-americanos pediram ainda que Israel "se esforce para evitar vítimas civis". 

"Insistimos mais uma vez que Israel deve se esforçar para respeitar seus próprios critérios e evitar a morte de civis", disse a porta-voz do departamento de Estado Jennifer Psaki em um comunicado. 

"A localização da escola, como todas as instalações da ONU em Gaza, foram informadas às forças de defesa israelenses", explicou Psaki, que afirmou que "a suspeita de que militantes operam perto [dos locais atacados] não justifica as incursões que põe em perigo tantas vidas de inocentes".

Ataque foi considerado ultraje moral pela ONU

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, considerou o ataque "um ultraje moral e um ato criminoso", em comunicado de seu porta-voz, no qual se referiu ao fato como "outra grave violação da lei humanitária internacional".

Este foi o terceiro ataque contra uma escola das Nações Unidas na faixa de Gaza nos últimos dez dias. 

O diplomata coreano ressaltou que os refúgios da ONU devem ser zonas seguras e lembrou que "as Forças Armadas de Israel foram informadas repetidamente sobre a localização dessas instalações".

Ofensiva vai durar o tempo necessário, disse premiê israelense

A ofensiva israelense na faixa de Gaza começou no dia 8 de julho. Até o momento, o número de mortos em Gaza desde que começou a operação Limite Protetor chegou a 1.737 e o de feridos a 9.080, segundo Ashraf al Qidra, porta-voz do Ministério da Saúde. Do lado israelense, 63 soldados e dois civis foram mortos. 

No último sábado (2), o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que a ofensiva na faixa de Gaza continuará pelo tempo que for necessário até que todos os túneis construídos pelo grupo islâmico radical Hamas sejam destruídos. "Vamos continuar a operação até o objetivo ser atingido", declarou.

Na faixa de Gaza, mais de 520 mil pessoas foram desalojadas, mais de um quarto da população local (1,7 milhão). 

Com agências internacionais