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CNN exibe prova de vida das meninas sequestradas há 2 anos pelo Boko Haram

Reprodução/CNN
Imagem: Reprodução/CNN

Do UOL, em São Paulo

13/04/2016 16h42

Há 2 anos, em 14 de abril de 2014, o Boko Haram invadiu uma escola em Chibok, na Nigéria, e sequestrou 276 meninas que se preparavam para fazer suas provas.

Pelo menos 57 delas conseguiram escapar, e as famílias das outras mantidas reféns pelo grupo não tinham conhecimento de nenhuma prova de vida até agora. No entanto, a emissora americana CNN divulgou nesta quarta-feira (13), na véspera do aniversário do sequestro, um vídeo enviado a negociadores do governo por seus captores como prova de vida de algumas das garotas e que as famílias não sabiam de sua existência até então.

O vídeo teria sido gravado supostamente em dezembro do ano passado, durante o Natal, como parte das negociações com o Boko Haram. Segundo a CNN, o material foi divulgado por "alguém que deseja dar aos pais das meninas esperança de que algumas delas ainda estão vivas, e para motivar o governo a ajudar a libertá-las".

As meninas de Chibok, que eram cristãs em sua maioria, aparecem nas imagens com trajes islâmicos, com roupas longas e os cabelos cobertos. Nenhuma delas tem sinais aparentes de maus tratos.

Meninas do Boko Haram - Reprodução/CNN - Reprodução/CNN
Naomi Zakaria
Imagem: Reprodução/CNN
As imagens estão disponíveis em uma reportagem no site da CNN (com tradução para o inglês). Conforme a câmera exibe os rostos delas, o cinegrafista faz perguntas: "qual é o seu nome? Qual era o nome da sua escola? De onde você foi tirada?" Cada uma delas responde calmamente. Uma delas, Naomi Zakaria, faz uma declaração final --aparentemente lida-- pedindo para que autoridades nigerianas as ajudem a reencontrar suas famílias.

A data do vídeo bate com a informada por Naomi: 25 de dezembro. Questionado pela CNN, o governo da Nigéria confirma ter uma cópia do vídeo e diz que não há como confirmar a autenticidade da gravação. Lai Mohammed, ministro da Informação, disse que a aparência das meninas do vídeo não mudou o suficiente como era esperado nos dois últimos anos, questionando não só a autenticidade da gravação, mas também sua data.

Rifkatu Ayuba, mãe de Saratu, uma das meninas que aparece no vídeo, viu a gravação obtida pela CNN. "Sinto como se fosse possível removê-la da tela", diz a mãe diante do computador que exibe as imagens na reportagem exibida pela CNN.

A rede americana falou ainda com uma colega das meninas que aparecem na filmagem, que confirmou a identidade de muitas de suas amigas. A testemunha escapou do sequestro naquele domingo, mas diz que era possível ouvir o ataque de sua casa.

A campanha de seis anos do grupo islâmico Boko Haram para criar um emirado islâmico no nordeste nigeriano causou a morte de cerca de 15 mil pessoas, de acordo com militares dos Estados Unidos.

A Anistia Internacional estima que o Boko Haram sequestrou cerca de 2.000 mulheres e meninas desde 2014 para utilizá-las como cozinheiras, escravas sexuais, combatentes e suicidas.