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Venezuelanos cruzam fronteira com Colômbia em busca de alimentos e remédios

George Castellanos/AFP
Imagem: George Castellanos/AFP

Do UOL*, em São Paulo

10/07/2016 16h19

Milhares de venezuelanos cruzaram a fronteira com a Colômbia neste domingo (10) para comprar alimentos e remédios. A multidão atravessou a ponte internacional Simón Bolívar, que liga a cidade venezuelana de San Antonio del Táchira com Cúcuta, a capital do departamento do Norte de Santander, em busca de abastecimento em meio à escassez vivida na Venezuela.

Somos daqui de San Antonio, não temos nada de comida para dar aos nossos filhos, então não me parece justo que a fronteira fique fechada"

Venezuelana atravessou a ponte com o marido e dois filhos

A fronteira ficou aberta por 12 horas. O cruzamento entre o estado de Táchira e Norte de Santander estava fechado desde agosto de 2015 por ordem do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. A medida fez parte de uma campanha de combate ao contrabando e contra supostos paramilitares - e se ampliou por toda a extensão da fronteira entre os dois países.

"Eu vim de San Cristóbal para buscar leite de meus netos de 4 e 6 anos porque na cidade não se consegue nada disso", disse Flor Guillén, uma mulher de 58 anos que viajou duas horas de madrugada vindo da capital do estado no carro de um amigo.

Somente nas cidades colombianas próximas a Venezuela como La Parada, Cúcuta e Villa del Rosario passaram cerca de 15 mil venezuelanos neste domingo, disse a jornalistas o governador de Norte del Santander na Colômbia, William Villamizar. A fronteira com a cidade colombiana de Ureña também foi aberta.

Abertura de fronteiras

Na última terça-feira, 500 venezuelanos da cidade de Ureña romperem o cordão de segurança da Guarda Nacional Bolivariana e atravessaram a fronteira fechada pela ponte internacional Francisco de Paula Santander para comprar alimentos em Cúcuta.

O governador de Táchira, José Gregorio Vielma Mora, afirmou que as fronteiras serão abertas gradualmente para se "avançar a uma nova fronteira de paz, que proporcione igualdade de oportunidades para ambas as nações".

"Jamais vamos permitir que os nossos irmãos venezuelanos passem fome e necessidade de medicamentos", disse a ministra colombiana de Relações Exteriores, Maria Ângela Holguin, responsável por um grupo de trabalho para a reabertura da fronteira.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, anunciou que vai tentar estabelecer um diálogo com Maduro para conseguir a reabertura definitiva das fronteiras.

* Com agências internacionais

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New York Times