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Suspeito de matar apoiador de Trump em Portland é morto em ação policial

Perícia no local onde o principal suspeito de matar um apoiador do presidente Donald Trump foi morto, na noite de ontem, em Lacey, perto de Seattle - Ted Warren/AP
Perícia no local onde o principal suspeito de matar um apoiador do presidente Donald Trump foi morto, na noite de ontem, em Lacey, perto de Seattle Imagem: Ted Warren/AP

Do UOL, em São Paulo

04/09/2020 08h29Atualizada em 04/09/2020 12h27

O homem suspeito de matar um apoiador do presidente Donald Trump durante um protesto em Portland, no estado do Óregon (EUA), foi morto pela polícia na noite de ontem.

Michael Forest Reinoehl teve o mandado de prisão expedido acusado de homicídio. Segundo diversos veículos da mídia norte-americana, ele foi morto durante um confronto com os policiais em Lacey, cidade próxima a Seattle, após resistir à prisão.

"Relatórios iniciais indicam que o suspeito tinha uma arma de fogo, ameaçando a vida de policiais. Membros da força-tarefa responderam à ameaça e golpearam o suspeito, que foi declarado morto no local", disse o comunicado da polícia, divulgado pela CNN. O caso será investigado.

Reinoehl, de 48 anos, era presença constante nos protestos antirracistas em Portland e ajudava os manifestantes com a segurança dos manifestantes do Black Lives Matters. Ele é o principal suspeito de ter atirado e matado um representante do grupo de extrema-direita Patriot Prayer no último sábado (29) em Portland. O extremista Aaron J. Danielson foi morto com um tiro no peito.

A cidade vem registrando protestos diários antirracismo, mas nas últimas semanas, grupos ultraconservadores também fazem manifestações na cidade defendendo os policiais e o governo do presidente Donald Trump - e sempre aparecem fortemente armados.

A causa da morte de Danielson ainda está sendo investigada. Para a polícia, o mais provável é que tenha ocorrido uma briga entre integrantes dos grupos antirracistas e dos apoiadores do presidente.

Responsável pela segurança

Reinoehl vivia na região de Portland e era veterano do Exército norte-americano. Em entrevista à revista Vice publicada na quinta-feira (3), Reinoehl afirmou ter atirado em Danielson em legítima defesa.

"Você sabe, muitos advogados sugerem que eu não deveria estar falando nada, mas eu acho que é importante que o mundo saiba ao menos um pouco do que está acontecendo", disse. "Eu não tive escolha. Quer dizer, eu tinha uma opção. Poderia ter ficado sentado e assistido a eles matarem um dos meus amigos negros. Mas eu não iria fazer isso", completou na entrevista pulbicada pela Vice.

Reinoehl considerava que corria o risco de ser esfaqueado. Em mensagens postadas nas redes sociais, Reinoehl descreveu-se como um snowboarder profissional, ex-combatente do Exército dos EUA e "100% Antifa", em referência ao movimento antifascista nos Estados Unidos.

Uma reportagem da agência Associated Press conta que Reinoehl havia levado um tiro no braço em junho, ao defender um grupo de jovens negros em uma briga com um homem branco armado.

Manifestações antirracistas

A morte de Danielson fez Trump usar massivamente o Twitter para atacar o governo da cidade, que é democrata, por mais de 90 vezes. Na última quarta-feira (2), Trump ordenou que o governo identifique o que ele chama de "jurisdições anárquicas" e determinou o corte do repasse de fundos para os governos municipais - Portland seria uma das cidades afetadas.

Os protestos antirracistas na cidade do Oregon começaram no fim de maio, assim como em todo o país, após a brutal morte de George Floyd pelo policial branco Derek Chauvin. Eles voltaram a ganhar força há cerca de duas semanas, após outra abordagem policial violenta contra Jacob Blake - acertado por sete tiros pelas costas ao entrar em seu carro após separar uma briga entre duas mulheres na calçada de um bairro de Kenosha.

A cidade de Wisconsin vem sendo usada como palco político também, em vista das eleições presidenciais de novembro. Nesta quinta, o candidato democrata Joe Biden visitou o local e conversou com familiares de Blake e da comunidade. Dois dias antes, Trump foi a Kenosha e anunciou uma verba milionária para a polícia e para retomar e reconstruir a economia em vista dos estabelecimentos destruídos durante protestos.

*Com informações da ANSA e RFI