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Trump diz que venceu eleição e irá recorrer; Biden rebate: "ultrajante"

Do UOL, em São Paulo

04/11/2020 04h48Atualizada em 05/11/2020 13h30

Apesar de a apuração ainda não ter acabado e o resultado das eleições americanas continuar indefinido, o presidente Donald Trump, candidato à reeleição pelo Partido Republicano, fez um pronunciamento, na madrugada de hoje na Casa Branca, e se autodeclarou vencedor. Ele disse também que irá recorrer à Suprema Corte para interromper a contagem de votos.

"Não queremos que encontrem votos às 4 horas da manhã para acrescentar à lista", afirmou, referindo-se aos votos enviados pelo correio. Mais cedo, ele postou no Twitter que os democratas estão tentando roubar a eleição. A campanha do candidato democrata Joe Biden reagiu e afirmou que as declarações de Trump são "ultrajantes e sem precedentes".

Trump comemorou sua vantagem sobre Biden em estados como Pensilvânia, Michigan e Wisconsin. "Nós ganhamos em estados que não esperávamos ganhar, como na Flórida, por exemplo", afirmou o presidente.

Apesar da declaração, às 10h45, com 97% das urnas apuradas em Wisconsin, Biden tinha uma pequena vantagem no estado.

De acordo com o New York Times e a CNN, pelo menos 8 estados ainda não concluíram suas apurações, o que pode não ocorrer hoje, empurrando a definição por dias.

Até as 10h desta quarta-feira (horário de Brasília), Biden somava 238 no Colégio Eleitoral dos Estados Unidos contra 213 de Trump, segundo projeções feitas pela agência de notícias AFP. São necessários 270 delegados para ganhar a eleição.

Os Estados Unidos não têm um órgão oficial que divulga, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil. Por isso, as projeções da imprensa são relevantes na divulgação da conquista dos delegados necessários para ganhar a disputa.

Trump também criticou a demora na apuração dos votos. "De repente, tudo parou. Isso é uma fraude que está sendo imposta ao povo americano. Francamente nós vencemos essa eleição", disse o presidente norte-americano.

O republicano iniciou o seu discurso agradecendo aos seus eleitores pelos "milhões de votos". Trump disse que todos estavam preparados para celebrar sua vitória, mas que tudo foi adiado por causa da suposta demora da apuração. "Estão tentando desvalorizar o voto das pessoas que me apoiaram", afirmou.

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Campanha de Biden rebate

A campanha de Biden afirmou que as declarações de Trump, que pediu a interrupção da contagem dos votos e se declarou vencedor das eleições sem o anúncio de todos os resultados, são "ultrajantes e sem precedentes".

"A declaração desta noite do presidente sobre tentar deter a contagem dos votos devidamente emitidos é ultrajante, sem precedentes e é incorreta", declarou em um comunicado a diretora de campanha de Biden, Jen O'Malley Dillon.

Ela ainda advertiu que a equipe legal do candidato está "pronta para agir" se Trump tentar interromper a apuração dos votos.

"Se o presidente cumprir sua ameaça de ir ao tribunal para tentar impedir a tabulação apropriada dos votos, nós temos equipes jurídicas de prontidão e preparadas para serem enviadas e resistirem a esses esforços", disse Jen O'Maley Dillon.

Os Estados Unidos não têm um órgão oficial que divulga, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil. Por isso, as agências de notícias e veículos de comunicação como AFP, AP e Fox fazem extrapolações estatísticas e apontam os vencedores por estado. A AFP chegou a considerar definida a apuração do Arizona — e Joe Biden somava mais 11 votos até a manhã desta quinta-feira (5). A contagem de votos continua no estado.