Topo

Esse conteúdo é antigo

Putin: 'Interferência ocidental agrava conflito entre Rússia e Ucrânia'

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a afirmar hoje que o Ocidente está "agravando" o conflito na Ucrânia - Alexey Druzhinin/Sputnik/AFP
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a afirmar hoje que o Ocidente está "agravando" o conflito na Ucrânia Imagem: Alexey Druzhinin/Sputnik/AFP

Colaboração para o UOL

18/11/2021 11h59

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a afirmar hoje que o Ocidente está "agravando" o conflito na Ucrânia, ao realizar exercícios militares no Mar Negro. Seus comentários ocorrem num momento em que os EUA acusam Moscou de ampliar suas tropas perto da Ucrânia.

"Nossos parceiros ocidentais estão agravando a situação, fornecendo a Kiev armas modernas letais e conduzindo manobras militares ousadas no Mar Negro", disse Putin em discurso ao Ministério das Relações Exteriores.

Putin tem expressado preocupação com os exercícios navais dos EUA no Mar Negro há dias. Na segunda-feira (15), ele descreveu como "provocação" as manobras militares realizadas pelos Estados Unidos e pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no Mar Negro, durante conversa por telefone com o presidente francês, Emmanuel Macron. Putin se referiu ao "caráter provocativo das manobras em grande escala realizadas pelos EUA e alguns de seus aliados no Mar Negro, que reforçam as tensões entre a Rússia e a Otan", disse o Kremlin em comunicado.

Hoje, ele também criticou a Ucrânia por usar um drone de fabricação turca contra rebeldes pró-Moscou.

O Mar Negro é uma região sensível para a Rússia, que controla a península da Crimeia depois de anexá-la da Ucrânia em 2014. Desde então, Kiev tem travado um conflito com rebeldes pró-Rússia no leste do país, que já custou mais de 13.000 vidas.

Especulações ocidentais sobre os planos da Rússia no leste da Ucrânia surgiram em meio a um confronto sobre uma crise de imigrantes na fronteira com Belarus, alinhada ao Kremlin, e a Polônia, membro da UE.

A UE acusou o regime de Alexander Lukashenko em Belarus, apoiado pelo Kremlin, de atrair intencionalmente milhares de migrantes — principalmente do Oriente Médio — à sua porta como vingança por sanções.

Alguns membros da UE, incluindo a Polônia, disseram que Moscou também está por trás da crise. "Bruxelas precisa entender que a diminuição das tensões político-militares não é apenas do interesse da Rússia, mas de toda a Europa, e até mesmo do mundo", disse Putin hoje.

"A Rússia tem interesse em que todos na Europa finalmente recuperem seu bom senso e parem de considerá-la a culpada de todos os problemas", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres. Ele acrescentou que a Europa deveria, em vez disso, "abordar as fontes primárias dos problemas que atualmente estão sufocando a Europa".

Risco de invasão

A Rússia realizou exercícios em grande escala perto da fronteira com a Ucrânia e na Criméia anexada, provocando preocupações com uma possível invasão. Kiev, que nas últimas semanas minimizou a escala da presença da Rússia em suas fronteiras, disse hoje que estava buscando mais ajuda militar do Ocidente.

Vídeos que circularam recentemente nas redes sociais mostraram a Rússia movendo tropas, tanques e mísseis em direção à fronteira com a Ucrânia. "A agressividade da Rússia, tanto diplomática quanto militar, aumentou consideravelmente nas últimas semanas", disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, em entrevista coletiva.

O ministro disse que depois de suas visitas a Washington e Bruxelas "está em andamento o desenvolvimento de um pacote abrangente para a contenção da Rússia". Ele acrescentou que Kiev está em negociações com o Ocidente para "o fornecimento de armas de defesa adicionais para nosso exército".

Moscou, por sua vez, acusou Kiev e o Ocidente de fomentar a guerra. Esta semana, o francês Macron disse a Putin que Paris estava pronta para defender a integridade territorial da Ucrânia, de acordo com o Palácio do Eliseu.