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O que eu posso fazer para limitar o aquecimento global? Muito! Saiba mais

Os Estados Unidos são o segundo país na lista dos que mais emitem gases do efeito estufa atualmente. Acima, vista da usina termelétrica movida a carvão que fica próxima a Emmett, no Kansas - Charlie Riedel/AP
Os Estados Unidos são o segundo país na lista dos que mais emitem gases do efeito estufa atualmente. Acima, vista da usina termelétrica movida a carvão que fica próxima a Emmett, no Kansas Imagem: Charlie Riedel/AP

Do UOL, em São Paulo

13/12/2015 06h00

Com o desenrolar das negociações da Conferência do Clima da ONU (Organização das Nações Unidas), que iniciaram na segunda-feira (30) em Paris, muitos falaram que o futuro do nosso planeta estava nas mãos dos líderes mundiais e das novas promessas adotas. De fato, o Acordo de Paris terá impacto na redução das emissões dos gases do efeito estufa, mas o destino da Terra depende de você também.

Ao pensar na emissão de carbono na atmosfera, a clássica cena que vem à mente é de grandes indústrias com chaminés cheias de fumaça, ou um longo congestionamento de carros, mas é preciso repensar. “Claro que isso pesa no nível das emissões, porém é preciso notar que várias atitudes individuais geram CO2 também e pequenas mudanças na vida de cada um podem render benefícios enormes para o planeta”, afirma Gabriela Yamaguchi, gerente de comunicação e campanhas do Instituto Akatu, ONG que trabalha pela conscientização e mobilização para o consumo consciente.

Quase todas nossas atividades rotineiras trazem consigo uma pegada de carbono (quantidade total de emissão gerada na produção e uso): usar o computador, comprar uma blusa, ir trabalhar de carro ou até comprar uma lasanha congelada para o almoço. Basta pensar que todos os itens demandam uma produção industrial ou um transporte que geraram CO2.

Acredite que ao usar um celular, por exemplo, você está se responsabilizando pela pegada de carbono usada na produção, embalagem, transporte e até o trabalho e energia gastos por operadoras para garantir o funcionamento da linha, o que faz com que uma ligação acabe sendo responsável por uma grande emissão de carbono.

“Todas as escolhas do dia a dia contam: ver quanto de energia você consome da sua casa, se os aparelhos ficam em standby, não consumir sem necessidade, não comprar muitos alimentos se não for comer”, explica Gabriela. O superintendente de conservação da WWF, Mário Barroso, confirma também que o trabalho é de formiguinha, mas que rende resultados: “Pode parecer que ações individuais não sejam suficientes, mas é como na política: cada voto conta para o resultado final, cada medida soma para alcançar um objetivo”.

Viver 100% sem emissão de carbono é impossível, até nosso corpo produz na respiração, o desafio é compreender que o necessário já nos basta, e que cada ação nossa traz uma consequência para o meio ambiente. Para saber qual é sua “parcela de culpa” no impacto ambiental e como ajudar o planeta, veja a lista de quanto carbono é liberado na atmosfera por atividade. 

Impacto ambiental de atividades diárias

  • iStock

    Deixar aparelhos no standby

    Ao sair de casa é muito importante desligar os aparelhos eletrônicos que são operados por controle remoto e são mantidos em standby, de acordo com o Instituto Akatu. Se todos os brasileiros adotarem essa prática durante 30 dias ao longo de um ano, a energia economizada seria suficiente para iluminar o Maracanã por 180 anos.

  • Getty Images

    Usar energias alternativas

    As fontes de energias renováveis estão cada vez mais acessíveis, porém não são muito lembradas pela população, de acordo com o superintendente de conservação da WWF, Mário Barroso. Implementando sistemas para o uso de energia solar, por exemplo, em seis anos você conseguirá economizar em contas de luz o que foi usado para comprar o sistema, que costuma durar cerca de 20 anos, segundo Barroso.

  • Divulgação/Imprensa Embrapa

    Evitar comprar plástico

    Produtos feitos de plástico costumam ter altos números de emissão de carbono, por serem feitos de petróleo. Já existem novos estudos que querem reduzir os problemas causados pelo plástico criando substitutos para o material. Embrapa Instrumentação, localizada em São Carlos, São Paulo, produziu um material à base de açúcares para diminui o tempo de reciclagem e evitar o uso de combustível fóssil. Leia mais

  • Reprodução/UOL

    Deixar de usar o carro

    Se apenas 10% dos motoristas da cidade de São Paulo mudarem seu meio de transporte e optarem pelo metrô para ir e voltar do trabalho, em um ano seriam evitadas emissões de CO2 equivalentes à quantidade emitida para gerar energia elétrica para todas as casas do Estado de São Paulo no mesmo período, segundo dados divulgados pelo Instituto Akatu.

  • Antônio Gaudério/Folha Imagem

    Consumir em empresas com selo verde

    O selo verde de empresas garante ao comprador que os produtos vendidos por aquela marca não agrediram o meio ambiente durante sua produção, ou usaram meios de compensação ambiental. "O selo é importante, mas temos que insistir em ir além, para as empresas serem mais transparentes com os consumidores. Existem países da União Europeia onde os produtos trazem na embalagem os números de sua pegada de carbono", diz Gabriela Yamaguchi, gerente de comunicação e campanhas do Instituto Akatu.

  • Kimimasa Mayama/EFE

    Evitar viajar de avião

    O avião emite grandes quantidades de CO2 ao decolar, por isso é preciso pensar nas distâncias para ter uma noção da pegada de carbono emitida. "Não é que devemos deixar de viajar, mas na WWF, por exemplo, temos uma cota de emissão de CO2 que podemos gastar em viagens que depois são compensadas em projetos de campo. Então antes de viajar, fazemos os cálculos", afirmou o superintendente de conservação da organização, Mário Barroso.

  • Yao Jianfeng/Xinhua

    Evitar consumir grandes quantidades de carne

    Ao consumir um hambúrguer, por exemplo, é importante lembrar que você está se responsabilizando por toda a pegada de carbono que a carne passou, desde o possível desmatamento que foi causado para alojar os bois, o processamento da carne, o transporte, tudo até o bife chegar ao seu prato. ?Existem diferentes formas de proteína, e não precisamos cortar a carne, apenas não exagerar nas porções?, afirma Gabriela Yamaguchi, gerente de comunicação e campanhas do Instituto Akatu.

  • Reprodução/Mirror

    Comer uma banana

    As bananas têm apenas 80 g CO2e cada, sendo assim um ótimo alimento para quem se preocupa com a pegada de carbono. Além de contar com cerca de 140 calorias, vitaminas, potássio e fibras, elas são cultivadas em luz natural, o que significa que não há necessidade de energia, e também não necessitam de embalagem, segundo livro "Quão ruins são as bananas? A pegada de carbono de tudo", de Mike Berners-Lee.

  • Tadeu Brunelli/Divulgação

    Compra nos arredores

    Muitas vezes comprar produtos de locais próximos a sua casa podem reduzir as emissões de carbono. Mesmo se tratando de consumismo, você deixará de usar transporte para se locomover, além de poder abrir mão de comprar de grandes indústrias, que produzem CO2. "É bacana comprar, por exemplo, almoço de uma rotisseria do seu bairro, por ter sido produção própria, do que investir em congelados industrializados", afirma Gabriela Yamaguchi, gerente de comunicação e campanhas do Instituto Akatu.

  • Getty Images/Thinkstock

    Usar secador de cabelo

    A utilização do secador de cabelo por 10 minutos consome mais energia do que uma máquina de lavar roupas em uma hora, segundo pesquisa feita pelo Instituto Akatu. Para economizar energia elétrica, seque bem os cabelos com a toalha e só depois use o secador, diminuindo o tempo de uso.