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Caçadores de marfim usam cianeto na água e matam 80 elefantes no Zimbábue

Cris Chinaka

Em Harare

26/09/2013 12h09

Caçadores de marfim do Zimbábue mataram mais de 80 elefantes ao colocar cianeto nos locais onde bebem água, ameaçando a sobrevivência de uma das maiores manadas do mundo, disse um ministro do país na quarta-feira (25).

O ministro do Meio Ambiente do Zimbábue, Saviour Kasukuwere, disse que os elefantes morreram nas últimas semanas no Parque Nacional Hwange, o maior da nação do Sul da África, enquanto forças de segurança se concentravam na eleição geral de 31 de julho.

Policiais e guardas florestais recuperaram 19 presas, apreenderam cianeto e armadilhas de arame após uma varredura em vilas próximas ao parque, localizado logo ao sul das cataratas de Victória.

"Estamos declarando guerra aos caçadores", disse o ministro à Reuters. "Estamos respondendo com toda nossa força porque nossos animais selvagens, incluindo os elefantes que estão matando, são parte de nossos recursos naturais e riquezas que queremos que beneficiem o povo Zimbábue."

O Zimbábue abriga uma das maiores manadas da África, acredita-se que metade de seus estimados 80 mil elefantes viva no Parque Hwange.

Kasukuwere, indicado ministro do Meio Ambiente há uma semana, disse que iria pressionar por punições severas aos caçadores acusados, geralmente sentenciados a menos de 9 anos de prisão sob acusação de contrabando de animais.

O Zimbábue trabalha para reanimar a indústria do turismo, incluindo as visitas às áreas onde há vida selvagem. O turismo no país sofreu anos de declínio devido às políticas econômicas do presidente Robert Mugabe.

Mugabe e seu partido ZANU-PF, no poder desde que a ex-Rodésia ganhou independência da Grã-Bretanha em 1980, foi reeleito em uma eleição no mês de julho, criticada por seus principais rivais de fraude.